Da Cunha - Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Por Júlia Motta

A bancada do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) na Câmara dos Deputados apresentou, nesta segunda-feira (18), uma denúncia contra o deputado Delegado da Cunha (PP-SP), réu por violência contra a mulher.

Neste domingo (17), o programa Fantástico, da Rede Globo, divulgou um vídeo que comprova as agressões de Da Cunha contra a ex-namorada Betina Grusiecki. Na gravação, além das imagens, é possível escutar o deputado afirmando a Betina que iria “encher sua cara de tiro”. Também é possível ouvir sons de batidas, que confirmam o relato da mulher sobre Da Cunha ter batido sua cabeça na parede repetidas vezes.

Ainda de acordo com o relato da vítima, Da Cunha também teria a enforcado. No vídeo, ele afirma: “Desmaia aí, a tua conta já deu”, no momento que seria posterior ao apertar o pescoço da então namorada. As açõs violências ocorreram no apartamento onde o casal morava, em Santos.

No X, antigo Twitter, as deputadas federais Sâmia Bomfim, Erika Hilton e Fernanda Mendonça confirmaram a iniciativa da bancada do PSOL na Câmara.

Quem é Delegado da Cunha

Deputado federal pelo partido Progressistas em São Paulo, Carlos Alberto da Cunha, conhecido como Delegado da Cunha, é delegado da Polícia Civil do estado paulista e foi eleito em 2022 com 180 mil votos.

Da Cunha também mantém um canal no YouTube desde 2015, onde posta vídeos de operações policiais. No entanto, já foi denunciado por fraudar algumas dessas ações, como encenar crimes e simular prisões.

Ele já chegou a ser afastado do cargo de delegado pela Corregedoria de SP, em 2021, sob suspeita de peculato, crime praticado por servidor público que se apropria do seu cargo para obter algo de valor. Na denúncia, ele era acusado de utilizar a estrutura da polícia para seu canal do YouTube, que é monetizado, e de onde tira grande parte da sua renda.

Segundo a Corregedoria, o salário de Da Cunha era de cerca de R$ 10,5 mil. Com o canal, ele chegou a ganhar R$ 500 mil por ano.

Em outubro de 2023, ele virou réu por violência contra a mulher após denúncia da ex-namorada. Na época, ele negou as agressões e ainda alegou que agiu em legítima defesa, pois Betina lutava muay thai e teria agido com comportamento provocativo e agressivo.

Em janeiro deste ano, O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu que o deputado federal não terá direito a foro privilegiado no processo.