Osil Vicente Guedes - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Por Henrique Rodrigues

A Polícia Civil de São Paulo investiga uma nova informação relacionada à morte do reciclador de sucata Osil Vicente Guedes, de 49 anos, que foi linchado até a morte em Guarujá, na última semana, após alguém dirigir gritos de “pega ladrão” contra a vítima, por supor que ela estava roubando uma moto. O veículo era de um amigo de Osil, que havia o emprestado. Exatamente nove anos depois, no mesmo município, Fabiane Maria de Jesus foi morta também por linchamento, no bairro Morrinhos, por conta de uma fake news que a apontava como uma sequestradora de crianças.

De acordo com um depoimento de um irmão do alvo de linchamento, que ainda ficou alguns dias internado no Hospital Santo Amaro, com graves ferimentos na cabeça, o que ocasionou a morte encefálica do paciente, um dia antes do trágico acontecimento, Osil já tinha recebido uma grande surra por parte de homens que supostamente teriam agido a mando de sua esposa, uma psicóloga que não teve a identidade revelada.

Falando ao delegado do 2° DP de Guarujá, o irmão de Osil contou que teve acesso ao celular dele após o linchamento e que no WhatsApp existiria uma mensagem de áudio da vítima revelando que por conta de uma briga com a esposa tinha “levado uma surra a mando dela”. As agressões teriam ocorrido pouco mais de 24 horas antes do episódio bárbaro que pôs fim à vida do reciclador.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) não informou se os investigadores responsáveis pelo caso apuram o fato relatado pelo irmão de Osil como algo atrelado ao ato de espancamento que o levou à morte, mas disse que as autoridades estão realizando as oitivas com testemunhas do crime, levantando provas e aguardando laudos do IML e do Instituto de Criminalística (IC) para dar sequência na apuração do bárbaro homicídio. Os policiais também levantam imagens de circuitos de segurança e registros de internet para tentar identificar os assassinos de Osil.