Em reação à Operação Escudo, que foi realizada na Baixada Santista, o grupo Primeiro Comando da Capital tinha um suposto plano de explodir uma ponte que liga a capital à Baixada Santista.
As informações foram obtidas pela Polícia Civil, por meio de uma delação de um ex-integrante da facção criminosa e confirmada pela delegada seccional de São Bernardo do Campo (SP), Kelly Cristina Sacchetto Cesar de Andrade, na última terça-feira (13).
O ex-membro da facção criminosa revelou um plano terrorista que tinha como objetivo explodir a ponte de interligação cuja localização exata ainda está sendo investigada. A delação fez com que a Polícia Civil encontrasse uma chácara com explosivos e armamentos. Na ocasião, um integrante foi preso. O caso aconteceu no dia 3 de dezembro.
No imóvel, a autoridade policial diz que encontrou aparelhos eletrônicos, como celulares, e a delegada afirmou que a Justiça concedeu o direito da extração do conteúdo para auxiliar as investigações do 1º Distrito Policial (DP) de SBC.
Assim, o objetivo é que o material deslinde a veracidade do plano e a real intenção da facção ao armazenar material altamente explosivo na chácara.
O ex-membro da facção que foi preso revelou que o ato terrorista era uma forma de retaliação do PCC à Operação Escudo, que aconteceu em Santos e Guarujá neste ano.
Neste período, foram 40 dias de reforço policial, 28 mortos, 958 presos, 117 armas ilegais e 967 quilos de drogas, entre cocaína, crack e maconha, apreendidos. Outros 70 adolescentes infratores também foram apreendidos.
Explosão da ponte
Segundo informações do Boletim de Ocorrência, os policiais civis descobriram o plano após a prisão de Lucas Lopes de Araújo. Ao longo de uma audiência de custódia, ele revelou que a facção se reunia em uma casa próxima ao Riacho Grande para tratar da explosão da ponte.
De acordo com o relato do preso, a casa guardava o material explosivo e o armamento que seria utilizado pelos integrantes do PCC. Ele diz que fazia parte da facção, mas se desentendeu e acabou sofrendo uma tentativa de homicídio.
Além disso, afirmou que conseguiu fugir e, como era procurado pela Justiça, se entregou à polícia para escapar dos criminosos.
Com a grave denúncia, os policiais, de imediato, se reuniram para encontrar a chácara que abrigava os integrantes do PCC na Estrada Taquacetuba, por volta das 15 horas.
Com apoio do Grupo de Operações Especiais (GOE) de São Bernardo do Campo, os policiais foram até o local e fizeram uma varredura.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, um dos agentes de segurança encontrou uma janela aberta e um homem deitado na cama. Em seguida, o mesmo foi identificado como Jailson Pesqueiro de Souza, de 34 anos. Questionado se estava sozinho no local, o acusado acenou confirmando que havia apenas ele na chácara. Também indicou que estaria com uma pistola.
Com o acusado, no entanto, havia uma pistola .45 e, dentro do imóvel, foi encontrada uma arma de guerra: um fuzil AK 47. Fora isso, foram apreendidos carregadores de fuzil e pistola, uma granada, luneta, roupas, materiais táticos, drogas, celulares, colete à prova de balas, uma grande quantidade de material explosivo, eletrônicos e anotações.
Agora, a Polícia Civil apura a veracidade do plano detalhado por Lucas, que foi preso embriagado, pois há possibilidade de ser uma ‘história de cobertura’ e, segundo a delegada, ainda está sendo investigado se o uso dos explosivos seria para fazer essa retaliação à Operação Escudo.
Com informações de A Tribuna