Foto: Divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) , o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) e a Receita Federal cumpriram, nesta terça-feira (12), mandados de busca e apreensão em imóveis de Guarujá e Praia Grande.

A ação faz parte da Operação Hinsberg, cujo objetivo é reprimir e desarticular uma organização criminosa que teria desviado produtos químicos para a produção de drogas.

O que aconteceu

A autoridade policial diz que mais de 70 policiais federais cumpriram 18 mandados nas cidades de São Caetano, São Bernardo do Campo, Ribeirão Preto e Diadema, no estado de São Paulo, além de Guarujá e Praia Grande. Além disso, houve ações em Curitiba, no Paraná, e em Rubim, Minas Gerais.

Ao longo das investigações, os policiais descobriram uma fraude na emissão de notas fiscais em empresas licenciadas para vender produtos químicos em São Paulo. A organização criminosa, então, utilizava “laranjas” para efetuar depósitos em espécie, como se essas pessoas fossem funcionárias de grandes multinacionais.

Feitas as apurações, cerca de 60 transações fraudulentas foram identificadas pela polícia, representando, aproximadamente, 12 toneladas de produtos químicos, como fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetado de etila.

Esse montante corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontos para consumo. A polícia também descobriu que eram utilizadas várias metodologias para manipular a procedência ilícita dos valores recebidos, como a criação de empresas fantasmas.

Uma vez descobertos os crimes, os envolvidos poderão ser punidos pelos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico e lavagem de dinheiro, podendo cumprir penas de mais de 35 anos de reclusão.

Por que Hinsberg?

O nome da operação foi escolhido por fazer alusão ao químico Oscar Hinsberg, que notou a possibilidade de conversão de compostos químicos em fenacetina, o insumo mais desviado durante os crimes investigados pela PF.