Operação policial no Guarujá - Reprodução/Jornal Nacional

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) anunciou na última segunda-feira (1º) o encerramento da Operação Verão, que perdurou por quatro meses na Baixada Santista. O término da ação foi marcado por controvérsias em relação à conduta policial e aos resultados alcançados.

Durante a Operação Verão, 56 “suspeitos” foram mortos em supostos confrontos com a polícia, enquanto outros 1.025 foram presos, sendo 438 deles procurados pela Justiça. A apreensão de 2,6 toneladas de drogas e 119 armas de fogo ilegais também foi destacada pela SSP-SP como um dos resultados da operação.

Contudo, o desfecho da ação foi impactado por críticas e questionamentos. O ouvidor da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo classificou como “infelizes” algumas ações policiais, especialmente aquelas que resultaram em mortes de “suspeitos”. Um exemplo, citado pelo ouvidor da polícia do estado de São Paulo, Cláudio Aparecido da Silva, foi a ocorrência em que policiais militares efetuaram 188 disparos contra três “suspeitos”, levantando dúvidas sobre a proporção e a justificativa para o uso excessivo da força.

“Ações que resultam na perda de vidas e em uma quantidade excessiva de tiros disparados pela polícia em alegados confrontos podem ter influenciado na decisão de encerrar a operação”, declarou, Paulo em entrevista ao G1.

Além das críticas à conduta policial, a Ouvidoria recebeu denúncias sobre irregularidades nas abordagens durante a operação, resultando no encaminhamento de um relatório à Procuradoria-Geral de Justiça do Estado. O ouvidor ressaltou a importância de investigar todas as denúncias, enfatizando que “o luto não pode terminar enquanto houver dúvidas sobre os fatos ocorridos”.

Atuação da polícia na Baixada continua

Apesar do encerramento da Operação Verão, a SSP-SP anunciou que continuará atuando na região da Baixada Santista, com o aumento do efetivo policial permanente. O secretário da pasta destacou a importância das operações de inteligência e combate ao crime organizado, garantindo que tais ações não cessarão com o término da operação sazonal.

A repercussão da Operação Verão foi marcada pela divulgação de dados que apontaram um aumento significativo nas mortes cometidas por policiais militares durante o primeiro trimestre de 2024, levantando questionamentos sobre as estratégias de segurança pública adotadas no estado de São Paulo.