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A Operação Verão registrou sua 28ª morte na manhã desta segunda-feira (19), durante uma ação das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) no Morro do Tetéu, na Caneleira, em Santos. Os agentes policiais mataram um “suspeito” e deixaram dois funcionários de uma obra feridos.

Com mais essa ação letal, a Operação Verão iguala o número de óbitos da Operação Escudo, mas em menor tempo. A primeira aconteceu em 40 dias, em 2023, enquanto a atual está apenas no 11º dia.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), policiais militares da Rota faziam patrulhamento no morro para averiguar uma denúncia de tráfico de drogas, por volta das 8h. Eles viram um grupo de suspeitos e, ao se aproximarem, os policiais teriam sido recebidos por tiros. Logo em seguida, houve confronto.

Um homem foi baleado e levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Noroeste, mas não resistiu. Dois funcionários da Geologus, empresa contratada pela prefeitura de Santos para executar serviços de contenção e drenagem no local, foram atingidos. Segundo a SSP, eles ficaram feridos por conta de “estilhaços”.

“Chegaram atirando”

Porém, um dos trabalhadores, baleado de raspão na perna esquerda, apresentou outra versão ao dizer que foram os policiais que “chegaram atirando”, na entrada do morro.

O trabalhador contou que descia o morro para pegar um martelete – instrumento usado para quebrar pedras – quando se deparou com os agentes disparando contra o rapaz que morreu. Os tiros teriam atingido a cabeça do homem. “Nós gritamos ainda: ‘Aqui tem morador, tem morador’. Ele [PM] não quis saber e ainda deu outro tiro, que acertou eu e um amigo meu que estávamos trabalhando”, explicou.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) compareceu ao local e socorreu o suspeito à Unidade de Pronto Atendimento (Upa) Zona Noroeste, mas, segundo a prefeitura, ele morreu no caminho. “Eu estava bem mais para cima e ele [homem morto] vinha de baixo para cima correndo. Foi mais de um [tiro], foi bem mais de um. Foram uns sete tiros, por aí, para mais”, lembrou o trabalhador.

“Foi muito tiro”

Outra moradora, que preferiu se identificar apenas como Daiane, comentou que descia para trabalhar quando tudo aconteceu. A Polícia Militar teria bloqueado a descida e a subida de pessoas no local após os tiros. “Foi muito tiro, muito tiro. Eram 8h quando começou o tiroteio. Mas foi só da parte da polícia mesmo, não teve outro tiro, foi só fuzil”, relatou.

Ela contou que um homem subiu correndo a ladeira do morro. “Eles balearam o menino, o menino caiu no chão. O trabalhador levantou a mão pra cima, falando que era trabalhador. E, mesmo assim, eles continuaram atirando”.

Os trabalhadores foram socorridos pelos próprios colegas até a Upa, onde foram atendidos e liberados. Segundo a empresa relatou à prefeitura, ambos passam bem e não correm risco de morte.

Prefeitura se pronuncia

Em nota, a prefeitura de Santos informou que dois funcionários da empresa Geologus contratada pelo município para executar obras tiveram ferimentos leves durante a ocorrência. Eles foram socorridos pela própria empresa e não correm risco de morte. O caso está sendo apresentado no 5° DP de Santos.

Com informações do G1