A Polícia Militar (PM) do Estado de São Paulo, comandada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), continua matando indiscriminadamente na Baixada Santista. Agora, a Operação Verão contabiliza 48 mortos na região.
Um homem de 32 anos morreu, neste sábado (16), durante uma ação policial conduzida pelas Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) em Praia Grande, no litoral de São Paulo.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) relata que a ação teve início quando policiais da Rota abordaram um veículo em São Vicente, também no litoral.
Durante a revista, ainda conforme informações oficiais, foram encontradas drogas, o que teria provocado a prisão de dois homens que estavam no carro.
Depois da prisão, os “suspeitos” teriam indicado um endereço em Praia Grande onde haveria mais drogas, além de armas. Os policiais se dirigiram ao local e, de acordo com alegação da SSP, foram recebidos a tiros, o que teria causado suposto confronto armado e a morte do “suspeito”.
Com ele, segundo a secretaria, foi apreendida uma pistola 765 e na residência teriam sido encontrados um revólver calibre 32 e uma mochila contendo 321 porções de maconha, cocaína e crack.
Exames periciais foram solicitados e as armas dos policiais foram apreendidas. O caso foi registrado como tráfico de entorpecentes e morte decorrente de intervenção policial na Central de Polícia Judiciária de Praia Grande.
A Operação Verão na Baixada Santista começou depois da morte do soldado da Rota, Samuel Wesley Cosmo, de 35 anos, no dia 2 de fevereiro. Ele foi assassinado durante patrulhamento em uma favela de Santos.
As ações da PM durante a Operação Verão têm sido muito criticadas, principalmente pela existência de inúmeras denúncias de moradores das áreas periféricas da região sobre abusos policiais.
Guilherme Derrote, secretário da Segurança Pública do estado, já declarou várias vezes que não reconhece excessos da PM, enquanto a Ouvidoria da Polícia relatou ter encaminhado 27 queixas de abusos ao governo do estado entre janeiro e fevereiro.
Denúncias já foram encaminhadas à ONU
Diante do cenário trágico de violência na Baixada Santista, organizações de direitos humanos encaminharam denúncias a respeito das ações da PM até a Organização das Nações Unidas (ONU).
Sem se incomodar com a matança policial na região, Tarcísio de Freitas fez uma declaração chocante, no dia 8 de março. “Não estou nem aí”, disse ele, sobre as possíveis violações por parte dos agentes de segurança.