Operação policial no Guarujá - Reprodução/Jornal Nacional

Na tarde da última quinta-feira (28), mais um incidente envolvendo a Polícia Militar de São Paulo chocou a população. Cesinha, um jovem de 22 anos, foi morto em um suposto confronto na Vila Santa Rosa, localizada no Guarujá, litoral sul de São Paulo. Esse trágico evento elevou para 56 o total de vítimas fatais registradas na Operação Verão, iniciada em dezembro pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Esta operação, destinada a garantir a segurança durante a temporada de verão, tem sido marcada por uma série de episódios controversos, culminando na mais alta taxa de letalidade policial desde o massacre do Carandiru, em 1992.

A ação que resultou na morte de Cesinha aconteceu durante o patrulhamento próximo à Praça do Povo, no Guarujá. Segundo relatos da Secretaria da Segurança Pública (SSP), os policiais avistaram o suspeito portando uma pistola calibre .40, além de uma sacola e um radiocomunicador. Diante da tentativa de abordagem, Cesinha teria reagido, desencadeando uma troca de tiros com os policiais. Além da fatalidade, a polícia apreendeu 379 porções de drogas, incluindo maconha, cocaína, crack e haxixe. O caso está sob investigação da Delegacia Sede do Guarujá.

Este incidente ressalta uma tendência alarmante na região da Baixada Santista desde o início da 3ª Fase da Operação Verão, em 3 de fevereiro, que já contabiliza 56 mortes. Nas últimas seis ocorrências, cinco foram registradas no Guarujá. Um dos casos que gerou comoção foi a morte de Edneia Fernandes, mãe de seis filhos, atingida por uma bala na cabeça durante um suposto confronto entre policiais e suspeitos em uma praça de Santos. Testemunhas contestam a versão oficial, alegando que houve apenas um disparo efetuado por policiais da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) que passavam pelo local.

As controvérsias em torno desses incidentes ganharam ainda mais destaque com o recente relatório divulgado pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo em 25 de março. O documento apontou uma série de irregularidades nas ações policiais na Baixada Santista, incluindo acusações de tortura e execução sumária. Tais denúncias foram levadas até a Organização das Nações Unidas (ONU) por organizações de direitos humanos.

O governador, por sua vez, tem demonstrado uma postura aparentemente descomprometida com as preocupações levantadas. Em declarações recentes, ele afirmou “não estar nem aí” para as possíveis denúncias de violações apresentadas perante o colegiado internacional, o que tem gerado ainda mais indignação e exigências por transparência e prestação de contas por parte das autoridades responsáveis pela segurança pública.