Vídeo mostra homem atirando contra o próprio cachorro - Foto: Reprodução

Em nota publicada nas redes sociais, a prefeitura de Santos afirma que o guarda civil municipal que matou o próprio cachorro com um tiro na cabeça não tinha autorização para utilizar armas. O município, prossegue, diz que o GCM será afastado das atividades até o término da apuração do caso.

A ocorrência aconteceu no dia 23, na Rua Luís Lafraia, em São Vicente, no bairro Beira-Mar. Questionado pela polícia, ele confessou que atirou na cabeça do cachorro, mas alegou que estaria em um surto emocional.

A prefeitura de Santos também destaca que o homem estava de folga e utilizava armamento particular, ou seja, que não pertencia à Guarda Municipal. “O GCM integra a corporação por meio de concurso público e nunca utilizou armamento no exercício das suas funções, não tendo autorização para uso de armas da GCM”.

O município reitera que a Corregedoria da Guarda Civil Municipal acompanhará o andamento da investigação policial e o GCM será afastado imediatamente das atividades externas. Além disso, a administração conta que o servidor também responderá a um processo disciplinar, conforme o Estatuto do Servidor de Santos, e estará sujeito a penalidades que incluem a exoneração do cargo.

A prefeitura completa a nota, ao dizer que o caso já está sendo apurado com máximo rigor e que a Administração Municipal rechaça todo e qualquer ato de violência e crueldade contra animais.

Investigação

Segundo a Polícia Civil, a investigação teve início após denúncias efetuadas pelo portal de disque denúncias. Ao serem informados, os policiais teriam ido até o endereço comunicado e conversaram com os pais do GCM. Eles disseram que haviam sido atacados pelo cachorro da família no dia anterior e, por causa disso, teriam contatado o filho por telefone.

O GCM foi intimado a comparecer à delegacia e prestou depoimento formal sobre o fato. Nas declarações à polícia, ele disse que recebeu uma ligação da mãe, relatando desespero pois ela e o pai dele teriam sido atacados pelo cachorro. Com a informação, ele saiu da casa da namorada e foi em direção à residência onde morava com os pais e, ao abrir o portão, o cachorro teria saído em disparada.

O acusado relatou que teria entrado na casa e encontrou o pai com ferimento na barriga, e a mãe ferida no braço e nas pernas. Como reação, ele contou que saiu com a moto para tentar localizar o cachorro, porque tinha medo de que o cão atacasse outras pessoas na rua. Ao encontrá-lo, teria visto o animal transtornado e afirma que foi obrigado a efetuar o disparo contra ele. De maneira informal, ele disse que teria feito o disparo, pois estaria em surto emocional.

A polícia teve acesso a imagens de câmeras de monitoramento. Com o material, a equipe conseguiu verificar que o GCM estava mentindo, quando disse que o cachorro estava descontrolado. Isso porque nos registros, em nenhum momento, é possível observar o cachorro apresentando comportamento agressivo. O acusado fazia parte do efetivo de GCMs de Santos.