Fórum de São Vicente - Foto: Reprodução/Google Maps

Dois dos três acusados de tentar assassinar, em agosto de 2016, Humberto Araújo Santiago, na época chefe de gabinete do então vice-prefeito de São Vicente, João da Silva, foram julgados nesta quinta-feira (29) no Fórum da cidade. De acordo com a sentença, Anderson Martinez de Lima foi condenado a 7 anos em regime semiaberto. O outro réu, Everson Galvão da Silva, foi punido com 5 anos em regime aberto.

O caso ficou conhecido como o “Crime do Juá”, em referência à boate Juá, localizada na Ilha Porchat. O principal suspeito de ser o mandante do crime, o empresário libanês Wassim Abdouni, era sócio da casa.

Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), a motivação pelo crime seriam entraves entre uma suposta falta de documentação da boate com a prefeitura de São Vicente. O empresário dizia que a vítima, Humberto Santiago, na posição de chefe de gabinete do vice-prefeito, estaria exigindo propina para fazer a liberação do estabelecimento.

No entanto, antes de ser julgado, em 2019, Wassim Abdouni foi assassinado a tiros em Santos. Ele foi morto enquanto deixava uma casa de jogos clandestina que funcionava no bairro Gonzaga.

Julgamento

Nesta quinta, cinco testemunhas foram ouvidas na audiência: o delegado responsável pelo caso na época, Luiz Ricardo de Lara Dias Júnior; a vítima, Humberto Santiago; uma testemunha de acusação e os dois réus, Anderson Martinez de Lima e Everson Galvão da Silva.

Anderson Martinez foi apontado pelo MP como a pessoa responsável por atirar contra a vítima. Em depoimento, explicou que não fez o disparo e se defendeu, ao afirmar que, na noite do crime, estava trabalhando.

Já Everson Galvão, que, segundo o MP, teria avisado o momento em que Humberto deixaria a prefeitura, ressaltou já ter visto a vítima algumas vezes, por trabalhar próximo à administração municipal. Contudo, ele negou ter participação no atentado.

Terceiro réu

Outro julgamento está marcado para o mês de junho. Dessa vez, para ouvir o terceiro réu do “Crime do Juá”, o ex-policial militar Marcelo Granado Borg. Ele foi indiciado pelo Ministério Público como o homem que estava pilotando a moto utilizada no atentado.

Entenda o caso

Na noite do dia 11 de agosto de 2016, o chefe de gabinete deixou a prefeitura de São Vicente e seguiu para casa. Quando estava chegando na residência, foi abordado por dois homens em uma moto. O suspeito que estava na garupa atirou contra Humberto, que ficou ferido na mão. Após o ataque, a dupla fugiu.