Uma Land Rover, avaliada em R$ 470 mil, que já pertenceu ao jogador Ferreira, do São Paulo, foi envolvida em um golpe. O comerciante Raphael Waideman denuncia ter sido vítima ao tentar repassar o veículo. O novo comprador ficou com o carro e fugiu sem pagar.
Segundo informações do comerciante, o suspeito, além de não ter cumprido seu compromisso financeiro com Waideman, logo em seguida, vendeu a Land Rover e deixou o Brasil rumo a El Salvador, na América Central.
O veículo “da discórdia” foi encontrado por agentes do 3º Distrito Policial de Praia Grande na garagem de um condomínio, no bairro Vila Caiçara, na cidade do litoral. O carro estava em posse de um empresário do município. Ele afirmou ter comprado o veículo de Victor Shimada, suspeito de ser o autor do golpe em Waideman, de acordo com reportagem do G1.
Entenda o caso
O jogador Ferreira procurou o vendedor de veículos Raphael Waideman, em fevereiro de 2024, e deixou a Land Rover, avaliada em R$ 470 mil, em consignação para a loja vender na troca por uma Porsche.
Ainda no mesmo mês, o comerciante “vendeu” a Land Rover que era de Ferreira para o suspeito, Victor Shimada, com quem já tinha feito outros negócios.
Conforme informações de Weideman, Shimada ficou com o automóvel em um acordo verbal. O suspeito se comprometeu a pagar os R$ 470 mil em depósitos semanais de R$ 20 a R$ 30 mil.
A questão é que a Land Rover continuou em nome de Ferreira, o que facilitaria a transação do veículo para o comprador. Porém, Waideman observou, em outubro, que o suspeito não estava mais pagando as parcelas. Foi quando recebeu a informação de que Shimada tinha falido e fugido para El Salvador.
O comerciante informou que o veículo tem rastreador, mas estava parada. Quando começou a se deslocar, verificou-se que o carro estava com um empresário em Praia Grande, que informou ter recebido o automóvel de Shimada como parte do pagamento de um terreno.
Com isso, Waideman pediu a Ferreira uma procuração sobre o automóvel para registrar boletim de ocorrência (BO) na Polícia Civil, onde o caso é investigado como estelionato.
O que dizem os envolvidos
A assessoria de Ferreira divulgou uma nota em que afirmou que o jogador resolveu vender a Land Rover no início da temporada, quando foi contratado pelo São Paulo. Ainda conforme o comunicado, o atleta procurou a empresa RW Consultor de Negócios LTDA, que pertence a Waideman e fez a “quitação integral do valor”.
O comerciante destacou, também, que, inicialmente, esteve com o veículo em consignação para venda. Em seguida, o suspeito apareceu como comprador e, mesmo tendo ficado com o carro, não fez o pagamento e fugiu para El Salvador.
O empresário que está com o veículo alegou ter recebido o carro como parte do pagamento por um terreno. Ele acrescentou que o negócio foi fechado no mês de maio e que a documentação do automóvel foi regularizada em nome da própria construtora.
“Meus advogados entraram em contato com a polícia. Agora, a gente vai ter que entrar judicialmente para ver quem está certo e quem está errado. O carro está bloqueado como fiel depositário (alguém que guarda um bem durante um processo judicial)”, ressaltou Waideman.
A Polícia Civil informou que a Land Rover “permanecerá com o atual possuidor [o empresário de Praia Grande] até resolução judicial”.