Percentual para amigo é motivo de questionamento entre viúva e filhos de Pelé - Foto: Divulgação

A viúva de Pelé, Márcia Aoki, e os filhos Joshua, Celeste e Gemima, discordaram de um pedido de 5% sobre o valor da herança do Rei do Futebol como remuneração a José Fornos, o Pepito, melhor amigo e assessor do ex-jogador ao longo de sua vida por mais de 50 anos.

O pedido foi feito por Pepito nos autos de um processo que corre em segredo de Justiça. Nos autos do processo, a Justiça acatou a solicitação para o ex-assessor ser o testamenteiro da herança, o que já havia sido solicitado por Pelé, ainda em vida, mas não estipulou a remuneração.

Márcia Aoki se manifestou na ação, disse que Pepito não cumpriu com suas obrigações legais no testamento e questionou o pedido de 5%. Ela classificou a solicitação como “absurda e irrazoável” e apontou que ele não trabalhou em nenhuma das etapas para abertura da sucessão da herança.

“Não cumpriu nem mesmo com a mais básica de suas obrigações, que seria, no mínimo, providenciar o acesso dos herdeiros ao testamento deixado por Pelé e, consequentemente, providenciar o trâmite da ação de abertura, registro e cumprimento de testamento”, disse Aoki à Justiça. Ela falou que seu esforço despendido no caso foi “igual a zero”.

Ainda acrescentou que Pepito quer enriquecer sem causa às custas do espólio de Pelé, quando seu único “trabalho” feito foi apresentar uma petição de uma página à Justiça solicitando um prêmio no maior valor possível. A lei determina remuneração de 1% a 5% ao testamenteiro.

Márcia Aoki também pediu que Pepito fosse retirado do cargo de testamenteiro e perdesse o prêmio devido, por não ter, em nenhum momento, exercido a função.

Os filhos de Pelé corroboraram as palavras da viúva, afirmando que “José Fornos não tomou qualquer providência para o ajuizamento desta ação de abertura, registro e cumprimento do testamento, nem realizou qualquer ato preparatório, cuja responsabilidade foi atribuída à herdeira Márcia Aoki”.

Eles acreditam que os 5% pedidos por Pepito são excessivos diante do papel desempenhado pelo amigo do Rei do Futebol no testamento e pediram que fosse indeferido a solicitação para qualquer benefício ao testamenteiro.

O Ministério Público, porém, preferiu não tomar nenhuma decisão sobre o caso. A promotora Marisol se manifestou no processo e deixou a fixação do prêmio a cargo da Justiça.

Já Pepito respondeu ao tribunal e alegou que, anteriormente, foi a própria Márcia Aoki que havia pedido sua nomeação como testamenteiro, mediante escritura pública de testamento, e pediu que a Justiça ratificasse sua fixação de percentual.

Em decisão no fim do ano, a juíza Andrea Roman nomeou José Fornos como testamenteiro, valendo a sentença como compromisso. Porém, a magistrada não definiu o percentual devido ao ex-assessor de Pelé. Nenhuma das partes respondeu até o fechamento desta matéria. A matéria segue aberta para novas atualizações.

Com informações do UOL