Imagem Ilustrativa - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recolheu e proibiu a comercialização de lotes falsificados de Durateston®, um dos medicamentos mais utilizados para reposição hormonal de testosterona.

A medida visa alertar os consumidores a sempre procurarem estabelecimentos confiáveis para adquirir remédios, solicitar nota fiscal e, antes de administrar o medicamento, confirmar na bula se é da farmacêutica Aspen Pharma.

A notícia despertou novamente o tema, considerado tabu por muitos homens: a reposição hormonal masculina, que se trata da administração de hormônios que estão deficientes por alguma situação que levou as glândulas a produzirem menos do que o necessário para o bom funcionamento do organismo.

No caso, o hormônio presente nos homens é a testosterona. O médico urologista Heleno Diegues Paes explica quando a reposição deve ser feita.

“A reposição de testosterona é indicada para quem apresenta sintomas da sua deficiência e comprovação laboratorial de que os níveis estão baixos. Não há uma idade certa para isto ocorrer, nem ocorrerá em todos os homens. Mas é mais comum com o envelhecimento”, relata.

O médico ressalta que o exame não é indicado como check-up em indivíduos saudáveis e assintomáticos, já que isso poderá levar a resultados falso-positivos e risco de tratamentos desnecessários.

“Os sintomas da testosterona baixa são diminuição do desejo sexual, ganho de peso, cansaço, astenia, sonolência, depressão, perda de massa muscular, diminuição da densidade óssea e diminuição da velocidade de crescimento dos pelos corporais. Em qualquer um desses casos é indicado procurar um urologista”, afirma o médico.

Em caso de necessidade da reposição, existem diversas apresentações possíveis das medicações com testosterona. As mais comuns são as injetáveis, de aplicação intramuscular, e as transdérmicas, na forma de gel.

Existem, ainda, comprimidos, adesivos cutâneos, intranasal e implantes subcutâneos. Em relação a qual a mais adequada, ele destaca: “É aquela que seja mais cômoda, tenha menos efeitos colaterais e preço compatível com a realidade financeira do paciente, ou seja, cada pessoa terá uma forma melhor para si mesma. Isso será decidido entre o paciente e o médico”.

Ele lembra, também, que homens saudáveis, que usam testosterona com finalidade estética, visando o anabolismo, fatalmente terão um prejuízo na fertilidade.

Médico alerta para possíveis efeitos colaterais

E mesmo trazendo diversos benefícios para a saúde, como a melhora dos sintomas e, consequentemente, da qualidade de vida, Heleno alerta para os efeitos colaterais que isso poderá gerar.

“Por isso, o tratamento deve ser realizado por um médico especialista no assunto. São necessários exames de monitoramento ao longo do uso dos remédios. Dentre os efeitos adversos cito o aumento da concentração dos glóbulos vermelhos, eventos tromboembólicos, elevação das transaminases hepáticas, aumento do volume prostático e consequente piora dos sintomas urinários, dislipidemia, aumento do risco cardiovascular”, alerta.

O urologista Heleno Diegues Paes obre Heleno Paes nasceu em Santos e se formou na Faculdade de Medicina do Centro Universitário Lusíada, em Santos, em 1997.

Atualmente, atua como médico assistente das subespecialidades Uro-oncologia e Transplante Renal do Hospital Santa Marcelina, em São Paulo. É preceptor do internato médico e da residência médica e dá aulas na Faculdade de Medicina Santa Marcelina. Em Santos, pratica a medicina em seu consultório.