Os participantes do estudo que têm o costume de escovar os dentes, no mínimo, duas vezes ao dia tiveram 19% menos probabilidade de morrer na UTI. Além disso, conseguiram deixar a Unidade de Terapia Intensiva mais rapidamente.
“Estes dados deixam claro que a escovação de dentes pode salvar vidas”, declarou o epidemiologista Michael Klompas, um dos autores do trabalho, quando o estudo foi publicado na JAMA Network.
“É raro no mundo da medicina preventiva hospitalar se encontrar algo que seja eficaz e barato. Em vez de um novo dispositivo ou medicamento, nosso estudo indica que algo tão simples quanto escovar os dentes pode fazer uma grande diferença”, acrescentou.
A revisão de estudos investigou dados de 15 trabalhos que avaliaram hábitos de higiene bucal de 2,7 mil pacientes, todos internados em hospitais em diferentes graus de complexidade.
A pneumonia adquirida na instituição hospitalar é uma infecção pulmonar preocupante que surge, geralmente, depois de dois ou mais dias de internação. Pode ter origens em bactérias, fungos ou vírus e costuma ser mais grave do que a pneumonia comum. Isso porque, nos hospitais, os agentes infecciosos são mais agressivos e o organismo do paciente está mais vulnerável.
Dessa forma, médicos sempre procuram maneiras de evitar que sua transmissão ocorra e, como o estudo indica, a higiene bucal pode ser uma importante aliada ao controlar a quantidade de bactérias presentes na boca dos pacientes.
Escovação é mais importante para quem precisa de ventilação mecânica
A escovação é importante, principalmente, se o paciente necessitar de ventilação mecânica, já que os tubos utilizados podem facilitar que essas bactérias desçam pela garganta e se depositem nos pulmões.
Ao escovar os dentes com frequência, os pacientes que precisam de auxílio para respirar tiveram redução no risco de pneumonia de quase 70%.
Porém, o estudo mostrou que os benefícios têm um limite. Escovar os dentes três ou mais vezes ao dia não se traduziu em benefícios adicionais em relação à escovação duas vezes ao dia.