Foto: Divulgação/Prefeitura de Santos

Uma família enfrenta uma situação devastadora após um parto que deveria ser motivo de alegria. Denyse Ribeiro, uma artesã de 26 anos, vive a angústia de ver sua filha, Helena Vitória, de apenas seis meses, em estado vegetativo, dependendo de aparelhos para respirar.

O caso, que ocorreu no Hospital dos Estivadores, em Santos, está cercado de questionamentos sobre a condução do parto e levanta a suspeita de negligência médica.

Helena Vitória nasceu em 6 de maio de 2023, e sua chegada ao mundo se transformou em uma tragédia para a mãe. Denyse, em entrevista ao G1, contou que a gravidez foi planejada, e ela fez todas as consultas de pré-natal em uma policlínica da cidade, sem qualquer complicação. No entanto, durante o parto, as circunstâncias mudaram drasticamente.

Denyse relata que, após ser submetida a um parto a vácuo, sua filha ficou sem respirar por cerca de 14 minutos, resultando em danos irreversíveis e o diagnóstico de encefalopatia hipóxico-isquêmica grave. A mãe alega ter implorado por uma cesariana, mas a equipe médica insistiu no parto a vácuo, causando o rompimento do útero e comprometendo a saúde tanto da mãe quanto da recém-nascida.

Além das sequelas em Helena Vitória, Denyse teve que passar por cirurgias de emergência, perdendo o útero, as trompas e os ovários. A artesã responsabiliza a equipe médica do Hospital dos Estivadores por toda a tragédia e busca justiça para sua filha e para si mesma.

Denyse registrou um Boletim de Ocorrência no 4º DP de Santos e contratou dois advogados para representá-la nas esferas criminal e civil. O advogado Douglas Blum Lima, responsável pela esfera criminal, informou que os exames no Instituto Médico Legal (IML) estão em andamento, e todos os envolvidos serão ouvidos durante a investigação.

Na esfera civil, o advogado Lucas Pórpora explicou que um profissional da saúde foi contratado para analisar as documentações médicas relacionadas ao caso. Denyse busca indenização pelos danos causados, incluindo danos morais e estéticos.

O que diz o hospital

O Instituto Social Oswaldo Cruz, que administra o Hospital dos Estivadores, emitiu uma nota afirmando que a família está sendo acolhida com todos os recursos hospitalares necessários. A instituição defende que o atendimento seguiu as melhores práticas assistenciais e de segurança do paciente, baseadas em evidências médicas.

A Secretaria de Saúde de Santos também se manifestou, anunciando que realizará a apuração dos fatos junto ao hospital e acompanhará o caso. Até o momento, a Secretaria Estadual da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) não forneceu retorno.

Diante da tragédia e das graves acusações, a família de Denyse Ribeiro busca respostas e clama por justiça, enquanto a sociedade espera esclarecimentos sobre o ocorrido no Hospital dos Estivadores, em Santos.