Foto: Agência Brasil/Arquivo

Por Alice Andersen

O Governo de São Paulo decretou estado de emergência para a dengue na manhã desta terça-feira (5). A medida foi tomada pelo Centro de Operações de Emergências (COE), órgão coordenado pela Secretaria Estadual da Saúde, em resposta ao aumento significativo no número de casos da doença no estado.

São Paulo registra atualmente 217 mil casos prováveis de dengue e 31 mortes confirmadas pela doença, segundo o painel de monitoramento do Ministério da Saúde. Outras 122 mortes estão em investigação. A incidência da doença na região é de 489 casos prováveis a cada 100 mil habitantes, o que representa um risco elevado para a saúde pública.

De acordo com a coordenadora de Controle de Doenças do Estado de São Paulo Regiane de Paula, o país vive uma epidemia da doença. “A gente trabalhou com os dados do painel de monitoramento: 311 casos por 100 mil habitantes. A gente está em uma epidemia, segundo o que a OMS (Organização Mundial da Saúde) determina dos casos confirmados”, afirmou em coletiva de imprensa.

Com o decreto, o que muda agora

O decreto anunciado nesta terça visa agilizar o combate à doença no estado e a medida permitirá que os gestores públicos:

Destinem recursos para combater a dengue com maior rapidez e sem necessidade de licitação: o governo poderá comprar insumos, contratar profissionais e ampliar a rede de atendimento com mais agilidade.

Recebam verbas do governo federal: O Ministério da Saúde liberará recursos para o estado e para os municípios que também decretarem estado de emergência.

Atualmente, o estado conta com cerca de 600 fumacês, mas o plano de ação prevê a compra de novos equipamentos. Segundo a Secretaria de Saúde, hospitais e unidades de saúde que conseguem ampliar o atendimento foram mapeados.

Medidas de prevenção

O combate aos criadouros do mosquito Aedes Aegypti segue sendo a principal forma de prevenção da dengue e de outras doenças, como Zika e Chikungunya, de acordo com o Ministério da Saúde.

Assim, é preciso estar atento aos focos de água parada, já que a larva do mosquito se desenvolve nestes locais. Para isso, é recomendado tampar caixas d’água e outros reservatórios, higienizar potes de água de animais de estimação, tampar ralos e pias, entre outras. Também é importante reforçar o uso de repelentes e, se possível, colocar telas mosquiteiras em casa.

O Brasil é também o primeiro país a oferecer a vacina contra a dengue pelo sistema público de saúde. No dia 20 de janeiro, as primeiras remessas, cerca de 750 mil unidades, chegaram no país.

O primeiro público alvo é de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, que residem em localidades prioritárias, com critérios definidos a partir do cenário epidemiológico da doença no país. Essa é a faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue, depois de pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa.

O que fazer se for picado pelo mosquito da dengue

Primeiramente, é importante manter a calma. A picada do mosquito da dengue não causa sintomas imediatos. No entanto, é importante tomar algumas medidas para prevenir o avanço da doença.

Observar os sintomas:

Os sintomas da dengue geralmente se manifestam após 3 a 15 dias da picada do mosquito.

Os principais sintomas são:

Febre alta (acima de 38°C);

Dor de cabeça;

Dor muscular e articular;

Dor nos olhos;

Náuseas e vômitos;

Falta de apetite;

Manchas vermelhas na pele;

Beber bastante líquido;

A dengue pode causar desidratação, por isso é importante beber bastante líquido, como água, sucos, soro caseiro ou água de coco.

Usar medicamentos para aliviar sintomas e repousar:

Para aliviar os sintomas da dengue, como febre e dor, você pode usar medicamentos como paracetamol ou dipirona, mas vale lembrar que o uso de medicamentos devem ser feitos somente com orientação médica. Vale lembrar que o repouso é importante para a recuperação da pessoa contaminada.

Procurar um médico:

Se você apresentar qualquer sintoma de dengue, procure um médico imediatamente e evite a automedicação. O médico poderá confirmar o diagnóstico e indicar o tratamento adequado.

*Publicado originalmente na Revista Fórum.