Um vento forte não previsto de 52 nós (cerca de 100 km por hora) por volta das 19h30 da última sexta-feira (19) provocou o rompimento dos cabos de amarração do MSC Adonis, atracado no berço 1 do Brasil Terminal Portuário (BTP). A embarcação ficou perpendicular ao cais, quase que à deriva, com o bico de proa forçando uma das defensas do berço.
O prático Pedro Tkotz foi avisado da emergência pelos operadores do C3OT (Centro de Coordenação, Comunicações e Operações de Tráfego da Praticagem de São Paulo). Os sensores da Praticagem haviam identificado os ventos fortes às 19h15.
Em seis minutos, o prático conferiu as informações e avaliou a situação. Segundo a Praticagem, ele atravessou a Avenida Saldanha da Gama até a Ponte dos Práticos e, imediatamente, seguiu para o terminal da BTP de lancha. Enquanto isso, acionou os rebocadores e, em 26 minutos, já estava no local a tempo de embarcar no navio.
O profissional conseguiu, com auxílio dos rebocadores, realinhar o navio ao cais e reatracá-lo em segurança no mesmo berço. O MSC Adonis é um navio de contêineres, com 300 metros e 48,5 de boca, de 2015, com capacidade para levar 9162 contêineres.
Ao longo da operação, o monitoramento era feito pelo marítimo Rodrigo, que pilotava a lancha da Praticagem e informava ao prático as distâncias do cais, para auxiliar a manobra.
Ao mesmo tempo, outro prático, Fábio Mello Fontes, que é presidente da Praticagem de São Paulo, estava a bordo de outro navio de contêineres que entrava no porto, o Maersk Lota. Ele foi avisado, reduziu a velocidade e evitou um possível choque.
“O vento veio de repente no lugar onde eu estava, que é uma área mais abrigada, e estava a 94 km por hora. Assim que informado, eu abortei a manobra de entrada, reduzi a velocidade e fiquei parado por cerca de duas horas e meia nas imediações da Alfândega, até o problema estar resolvido e atracar ao lado do Adonis”, explicou.