Luiz Celso Manço, de 76 anos, psicólogo, metalúrgico, militante, professor emérito do curso de Psicologia da Universidade Católica de Santos, faleceu neste domingo.
Manço ingressou no curso de Psicologia na USP-Ribeirão Preto, onde também participou do movimento estudantil e foi professor de cursinho pré-vestibular.
Na militância política foi recrutado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) ainda no início da década de 1960, no período pré-ditadura. Por um curto período de tempo, militou na Aliança Libertadora Nacional (ALN) no fim da década, voltando para o partido ainda antes de 1970 nunca mais saindo dele.
Em 1970 foi preso por subversão e enviado para a Operação Bandeirantes (OBAN) sediada no DOI-CODI em São Paulo, sendo também torturado.
Já graduado, ainda em 1970, começa trabalhar na Cosipa, em Cubatão, passando então a morar em Santos com a esposa. Porém, em pouco tempo a gerência da companhia siderúrgica descobre a “ficha política” de Celso Manço e, sendo a área considerada de segurança nacional, ele foi demitido e ameaçado de ser novamente preso caso não abandonasse a área industrial.
Em 1972. Manço foi convidado a lecionar no recém-criado curso de Psicologia da UniSantos, de onde só se aposentaria em 2014, formando gerações de psicólogos. Foi um lutador no movimento antimanicomial.
Enquanto membro do PCB, executou tarefas de militante de base a dirigente do Comitê Central, cujos destaques memoráveis se deram na articulação da chapa “Fomos, somos e seremos comunistas” no 9º Congresso.
O PCB divulgou uma nota de pesar afirmando que “apesar da saúde debilitada, o camarada Celso permaneceu um gigante! Pela coerência com os ideais comunistas, pelo compromisso com a cultura política do PCB, e pela maneira como dialogava com os jovens e os acolhia. Contudo, apesar da perda, seu legado continua. Sigamos nossa militância sob a luz de seu exemplo pois, parafraseando Ferreira Gullar, quem contar a história dos lutadores santistas tem a obrigação de falar de Luiz Celso Manço: ou estará mentindo!”.