Carlos Alberto de Sá Romano, o Delegado Romano, tem 56 anos e é candidato a prefeito de Santos pelo partido Democracia Cristã (DC), dentro da coligação com o Solidariedade, que leva o nome “Mudança com Segurança, Democracia e Solidariedade”.
Com o número 27 e nascido em Santos, Romano é professor universitário de Direito.
“A interrupção da economia, decorrente das medidas restritivas da crise sanitária imposta pela Covid-19, levou milhares de empresas, comércios, profissionais autônomos à falência, ou, quando não, ao estado de extrema necessidade”, acredita o candidato.
A professora Márcia Regina Teixeira da Encarnação Labatut (DC), de 56 anos, é a candidata a vice-prefeita na chapa.
Folha Santista: Por que o senhor é candidato a prefeito de Santos?
Delegado Romano: Além do exercício de cidadania, quero ser prefeito de Santos para cessar a continuidade dessa oligarquia política empresarial, que se apoderou da cidade e do patrimônio de Santos; aplicar uma política e gestão pública eminentemente democrática e republicana, direcionando a receita (dinheiro) dos munícipes e cidade ao interesse exclusivamente PÚBLICO, ou seja, diferente do que assistimos; demonstrar, ao contrário da publicidade reiterada desta gestão que aí está, a sua incompetência e atos suspeitos de honestidade, investigados, inclusive, pelo Ministério Público. Enfim, devolver Santos ao santista, com uma gestão direcionada à recuperação econômica e social; modernização e investimentos de tecnologia na Saúde, Educação, Transporte, Saneamento, Abastecimento, Turismo, Cultura, Habitação, ou seja, as demandas necessárias para uma cidade moderna e preparada no enfrentamento das inovações tecnológicas e sociais futuras.
Folha Santista: Quais são os principais eixos do seu plano de governo?
Romano: Nosso plano de governo inicia com a recuperação econômica, através da qual se busca tranquilidade e paz das famílias santistas, uma vez que a interrupção da economia, decorrente das medidas restritivas da crise sanitária imposta pela Covid-19, levou milhares de empresas, comércios, profissionais autônomos à falência, ou, quando não, ao estado de extrema necessidade. Na Saúde, modernização e obrigatoriedade no protocolo de atendimento ao usuário: conforto, rapidez, eficácia; ampliar a telemedicina, dando suporte aos agentes e profissionais da Saúde, atingindo rapidez e excelência nos diagnósticos; investir para a execução e ampliação das intervenções SELETIVAS, pois estão muito abaixo do desejado; modernizar com novos equipamentos para os atendimentos de urgência e emergência, inclusive com ampliação dos leitos hospitalares. Finalmente, implantarmos uma medicina preventiva moderna, incluindo a família como prioridade.
Folha Santista: A cidade vem perdendo empregos no Porto de Santos, o que o senhor pretende fazer para que isso se reverta?
Romano: Com relação ao Porto, viabilizar a execução do “PDZ” , haja vista ter sido discutido, preparado e feito um planejamento para médio e longo prazo, por profissionais, empresários e autoridades do setor portuário, com o fim de sanar os defeitos atuais, modernizar, implementar todas as medidas para uma atuação de serviços de excelência nos moldes dos melhores portos do mundo. Entendo necessário permitir a implantação de indústrias de transformação da área continental, visando manter a matéria-prima e insumos importados para ser industrializados em nossa cidade, criando, assim, empregos, riqueza e toda uma infraestrutura social urbanística que atingirá outras demandas públicas, principalmente, a construção de habitações populares naquela região. Estas são, pois, medidas imediatas e eficazes para recuperação e adequação do Porto de Santos no cenário nacional e internacional.
Folha Santista: Qual sua posição acerca da instalação da usina de incineração de lixo em Santos?
Romano: A instalação da usina de lixo em Santos é uma medida moderna e que soluciona de forma sustentável a destinação dos resíduos sólidos orgânicos. Os países mais avançados a utilizam, vejam o exemplo de Singapura. O problema não está na usina e, sim, no gestor e na empresa selecionados, pactuados há anos e com cláusulas e conversas paralelas, obscuras e clandestinas nada republicanas, e que não atendem ao interesse público. Mas, a usina é viável e aprovada pela maioria dos especialistas em meio ambiente, isentos de ideologia partidária.
Folha Santista: – O senhor tem alguma proposta para a revitalização do Centro? O que o pretende fazer nesta região da cidade?
Romano: O Centro foi abandonado por várias gestões passadas. A degradação pública e privada é notória. A decadência econômica da região está demonstrada pelo fechamento de vários estabelecimentos comerciais. Retirada e fuga de empresas, escritórios e demais entes do sistema econômico. A incompetência e o descaso também são verificados pela inutilização dos armazéns 1 a 8, concedidos pela União para reforma e utilização do município. Podemos implementar em áreas degradadas e abandonadas habitações populares. Realizarmos, efetivamente, um projeto urbanístico com o fim de desenvolver um polo turístico, aproveitando a parte histórica, harmonizando-a com a modernidade necessária à expansão turística e econômica. Enfim, muito a se fazer. Temos projeto necessário ao Centro de Santos.
Folha Santista: Quais propostas têm para a área de cultura e turismo da cidade?
Romano: A Cultura e o Turismo são duas pastas que se confundem nas políticas públicas, pois estão entrelaçadas. A Cultura foi muito atingida pela estagnação econômica decorrente das medidas restritivas na pandemia da Covid 19. Abrir os equipamentos e espaços públicos para retomada das atividades é urgente. Nossos artistas passam extremas necessidades econômicas; atividades interrompidas inesperadamente, fontes de sobrevivência simplesmente interrompidas. Incentivaremos, imediatamente, a retomada das atividades, permitindo que a iniciativa privada, em conjunto com nossas políticas públicas, modernize nossos museus, teatros, praças de apresentação e retomemos sua normalidade. Quanto ao turismo, é lamentável que jamais tivemos uma política moderna visando investimentos no desenvolvimento de atividades que se identifiquem com a vocação da cidade: transatlânticos de passageiros, atividades náuticas, implementação de um polo turístico nos armazéns 1 a 8, com centro comercial, gastronômico, cultural, histórico etc. Parceria com a maior indústria de eventos de negócios da América Latina, ou seja, da capital, atraindo para cá também o destino de seus eventos. Tudo a ser criado e feito em benefício do desenvolvimento econômico, social e cultural da cidade.
Folha Santista: O que pretende fazer para melhorar o atendimento na área de saúde, especialmente nas especialidades?
Romano: Na Saúde, maior verba do orçamento do município com R$ 700 milhões, para 19 policlínicas, três UPAs, um Hospital Municipal (Estivadores), claro, além dos hospitais beneficentes e particulares. Vamos estudar o(s) contrato(s) de terceirização através das OSs, pois não estou convicto que no serviço público mais nobre do município, tenhamos a melhor eficiência e obtenção do interesse público. Vamos modernizar e instituir um protocolo de atendimento visando comodidade das instalações e rapidez no atendimento aos usuários; criar, desenvolver e dispor de uma medicina preventiva a todos os munícipes, objetivando a manutenção da saúde e rápida identificação através de diagnósticos precisos do surgimento de qualquer alteração do organismo do usuário; oferecer uma ampliação nas cirurgias eletivas, uma das maiores deficiências do sistema atual, deixando centenas de pessoas em sofrimento e vulneráveis a passarem a fase de urgência e emergência; incrementar a medicina de família, com viés também de prevenção e acompanhamento da saúde das pessoas; consolidar a telemedicina, a qual demonstrou eficácia no suporte aos usuários e profissionais na linha de frente; competência, transparência e responsabilidade no acompanhamento dos repasses das verbas federais e estaduais, evitando a indesculpável perda de um repasse de R$ 502 milhões. Portanto, muito a se fazer e realizar na melhoria da saúde pública de Santos.
Folha Santista: Como avalia as duas gestões de Paulo Alexandre Barbosa?
Romano: A gestão atual é insuficiente, sem transparência, não atende, de fato, aos interesses públicos da cidade e dos munícipes. Portanto, reprovo a filosofia dessa gestão.