Por Danilo Alves*
Kayo Amado é um cosplay pobre de João Doria (diga-se de passagem, no seu pior momento, quando o gado ainda não percebia que ele usava calça apertada e batia palma para o sujeito brincando de gari em São Paulo). Kayo foi catequizado na Associação Cristã de Moços Liberais do Lehmann.
Lá, aprendeu que política é sinônimo de gestão, cinismo e marketing. Para ser eleito, jurou que resolveria problemas históricos de uma cidade que tem uma péssima arrecadação, com bom mocismo, eficiência e “jestão”, além de obviamente fazer acordo com deus e o diabo na terra do Sombrinha.
Passados quase 90 dias do início de sua administração, o prefake calunga, que gasta seu tempo brincando de pintor de escola e agente da dengue, jogando a culpa de todas as suas dificuldades na administração anterior, chamando as críticas de fake news, ou fazendo proselitismo com algum cacique político, tem percebido na marra que, entre outras coisas, é difícil governar um município como São Vicente na base do marketing nas redes.
Nos últimos dias tem sofrido uma pressão enorme por parte da turba bolsonarista vicentina por conta do lockdown na região. Importante frisar que, apesar de ter sido eleito com o voto de categorias progressistas, como a dos professores, o bom rapaz não hesitou em bancar o nefasto projeto da escola cívico-militar na cidade, pra fazer média com essa raça negacionista que está levando o Brasil rumo ao meio milhão de mortes.
Como resposta à pressão sofrida, arregou de bate pronto e flexibilizou as medidas. Perdeu a guerra, a honra e, talvez, a esta altura ainda não tenha compreendido de fato o que é política.
Fico pensando se não teria sido melhor para o Tabato praiano a experiência da vereança primeiro. Enfim, trilhar o caminho das pedras, aprender na prática, em vez de se lançar direto ao Executivo.
Mas a ambição, ou como diria minha avó, “o olho gordo”, meus amigos, é uma merda!
São Vicente não é para amadores.
*Danilo Alves é professor de Filosofia na Rede Estadual paulista, mestre em Ciências Humanas e Sociais pela UFABC e 1° suplente de vereador em Santos (SP) pelo Partido dos Trabalhadores.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião do Folha Santista