Antonio Carlos Banha Joaquim, de 55 anos, é candidato do partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB), dentro da coligação “Uma cidade mais humana. Uma cidade mais feliz”.
Com o número 15, Banha, natural de Santos, é formado em Direito e Administração de Empresas. Ele está concluindo seu sétimo mandato na Câmara Municipal, sendo um de suplente.
“Queremos alinhar à força econômica da cidade e a movimentação pujante do maior porto da América Latina à eficácia da gestão humanizada”, afirma Banha.
O advogado José Roberto Chiarella (MDB), conhecido como Professor Chiarella, de 58 anos, é o candidato a vice-prefeito na chapa.
Folha Santista: Por que o senhor é candidato a prefeito de Santos?
Antonio Carlos Banha Joaquim: Sou candidato porque estou preparado para administrar Santos. Estou concluindo o meu sétimo mandato na Câmara Municipal, sendo um de suplente. Ao longo dos últimos 24 anos, tenho sido um vereador atuante, com mais de 20 mil trabalhos apresentados, priorizando a saúde, a educação e a ação social, incluindo nessa última área os esportes como ferramenta social. Chegou a hora de concluir essa trajetória no Legislativo e trabalhar pela cidade no Executivo.
Folha Santista: Quais são os principais eixos do seu plano de governo?
Banha: Humanização é a linha mestra do nosso plano de governo. Queremos alinhar à força econômica da cidade e a movimentação pujante do maior porto da América Latina à eficácia da gestão humanizada. Iremos trabalhar na recuperação gradativa da cidade pós-pandemia em todas as áreas, com uma política pública voltada a diagnosticar seus efeitos. Queremos humanizar Santos na Educação, Segurança Pública, Habitação, Meio Ambiente, Sustentabilidade, Acessibilidade, Cultura, Esporte e Lazer, Tecnologia, Economia com foco em incentivos fiscais e geração de emprego e renda, além de políticas voltadas aos idosos, mulheres e crianças. Nosso plano também engloba a valorização dos servidores públicos municipais e a desburocratização do atendimento ao público.
Folha Santista: A cidade vem perdendo empregos no Porto de Santos, o que o senhor pretende fazer para que isso se reverta?
Banha: Primeiramente, é reestruturar a Secretaria de Portos, que deve sair da omissão e agir, assumir o papel de coadjuvante no setor, interagindo mais com os atores, sendo mais atuante na relação capital-trabalho. A Secretaria de Portos e o prefeito têm que olhar pelo setor que lhe dá recursos, não fazer apenas o papel de agente arrecadador de tributos. É preciso rever a alíquota que foi majorada neste governo em momento em que o caixa da prefeitura estava estourado. Se o Porto ajudou a equilibrar as contas municipais, nada mais justo que agora reduzir a alíquota em troca de empregos para a cidade.
Folha Santista: Qual sua posição acerca da instalação da usina de incineração de lixo em Santos?
Banha: Enfim, a questão não é tão simples. Há muito a ser discutido e, assim, mantendo-me fiel à minha proposta de um governo participativo, penso que antes de mais nada é preciso realizar uma audiência pública efetiva, com a participação de toda a cidade, sem desprezar os representantes das áreas de maior impacto onde será instalada a usina, assim como os técnicos e especialistas da área. As decisões devem emanar de um consenso extraído de uma participação efetiva dos santistas.
Folha Santista: O senhor tem alguma proposta para a revitalização do Centro? O que o senhor pretende fazer nesta região da cidade?
Banha: Fomentar a revitalização do Centro para uso residencial, reaproveitando áreas ociosas para a construção de conjuntos habitacionais populares, que podem ser prédios de, no máximo, três andares, com espaço para comércio embaixo. Dessa forma, reduziremos custos condominiais para as famílias de baixa renda, aquecendo a economia local e mitigamos o alto déficit habitacional da cidade. Precisamos tirar Santos do recorde negativo, no Guinness Book, onde figura como a cidade com a maior favela sob palafitas do Brasil, que é o Dique da Vila Gilda. Nosso plano engloba ainda criar parceria com o governo do estado, por meio do Condephaat, para a reforma de imóveis antigos e históricos. Outra proposta é estudar e viabilizar, através de incentivos fiscais aprovados em legislação, a redução da alíquota do imposto ISSQN de materiais de construção ou a concessão de incentivo fiscal a pessoas físicas ou jurídicas que promoverem ou patrocinarem a recuperação externa e a conservação de imóveis em determinadas áreas ou regiões do município, por meio de certificados que poderão ser utilizados no pagamento do IPTU.
Folha Santista: Quais propostas têm para as áreas de cultura e turismo da cidade?
Banha: Para a cultura, queremos reestruturar equipamentos da Secult, reorganizar cursos de teatro, dança, música e cinema, ativar galerias de arte, ampliar a grade do Cine Arte Posto 4, recuperar teatros, incluindo o Coliseu e o Guarany, ativar o Baile da Praia, as tendas e manter o desfile das escolas de samba, colocar Santos no circuito nacional de festivais de teatro e dança, retomar ações com cidades-irmãs como Arouca e Coimbra (Portugal) e Cadiz (Espanha) e estreitar as relações com o estado e a União para angariar verba. Já as propostas para o turismo englobam ações integradas de hospitalidade, motivando e educando nas escolas municipais; proporcionar aos profissionais de transporte (taxistas e motoristas de aplicativos) cursos de atendimento e acolhimento ao turista; implementar uma política arrojada de divulgação da cidade junto aos principais países e regiões emissoras de turistas, especialmente os visitantes de cruzeiros marítimos; estabelecer com a prefeitura de Guarujá um melhor direcionamento para a viabilização da instalação do aeroporto na Base Aérea de Santos, projeto que já está autorizado pelo governo federal. Existe a necessidade de coesão entre os municípios, caso contrário, o projeto não sai do papel, como vem ocorrendo. Agora, é priorizar as conversas emperradas, visto tratar-se de interesse mútuo, pois muitos turistas brasileiros deixam de desfrutar das nossas belezas naturais devido à falta de um aeroporto local. Desembarcar em Guarulhos ou Congonhas e ainda ter de descer a serra criam muitas dificuldades. Temos de fazer com que o turista chegue aqui com mais facilidade. Com isso, nosso objetivo é resolver esse imbróglio turístico de Santos.
Folha Santista O que pretende fazer para melhorar o atendimento na área de saúde, especialmente nas especialidades?
Banha: Humanizar o atendimento é indispensável. Pretendemos aperfeiçoar o sistema de informações para agilizar o atendimento; reformar e modernizar as policlínicas, rastreamento e campanhas de prevenção do câncer de mama, do colo de útero e pesquisa do HPV na população jovem; campanhas permanentes de vacinação de crianças e idosos; reavaliar e implantar Unidades Móveis de Saúde para levar aos bairros mais vulneráveis; colaborar com a União e o estado na execução da vigilância sanitária do Porto; incentivar campanhas preventivas vindas do Ministério da Saúde e do governo do estado; fomentar programas de vigilância em Saúde (sanitária, epidemiológica e ambiental); promover estudos com o objetivo de ampliar as equipes de Saúde; promover, conjuntamente com a Secretaria Municipal de Educação, programas de educação em Saúde; incentivar atendimento acolhedor em atenção a problemas psicossociais com álcool e drogas; reavaliar todos os equipamentos que compõem a Saúde Pública de Santos e criar Ouvidoria permanente.
Folha Santista: Como avalia as duas gestões de Paulo Alexandre Barbosa?
Banha: Falta transparência nos gastos públicos na gestão atual. Enquanto fiscalizador que sou no que me compete como vereador e presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara de Santos, venho exigindo cópias de contratos e de notas fiscais de compras em todas as áreas, principalmente na Educação e na Saúde, inclusive referentes às ações de enfrentamento à Covid-19, mas nada foi enviado. O atual governo deu prioridade a obras, falhando na assistência às pessoas. No nosso governo, a linha mestra será a humanização. Iremos cuidar das pessoas, porque uma cidade mais humana é uma cidade mais feliz.