Ex-bispo e ex- vereador Mauro Teixeira - Reprodução/Câmara de Guarujá

Por Alice Andersen

A Justiça paulista condenou o ex-vereador e ex-membro da Igreja UniversalMauro Teixeira, popularmente conhecido como Bispo Mauro, a quatro anos e cinco meses de prisão em regime semiaberto por corrupção. O caso envolve desvio de dinheiro público através de rachadinha na Câmara Municipal do Guarujá. Segundo a sentença do juiz André Rossi, a dupla exigia que funcionários comissionados, ligados à Igreja Universal, devolvessem parte de seus salários.

“A prova é robusta”, afirmou Rossi. A esposa de Mauro Teixeira, Rosana, foi condenada junto com ele por participar de um esquema de desvio de dinheiro público. Segundo o Ministério Público, o casal recebia mensalmente valores que variavam entre R$ 1.500 e R$ 4.200 de funcionários comissionados do gabinete do ex-vereador. Apesar da condenação, ambos ainda podem recorrer da decisão judicial.

Mauro atuou na Mâmara Municipal de 2012 a 2020 e por 33 anos na Igreja Universal do Guarujá. No tipo de regime ao qual foi condenado, o ex-bispo pode cumprir sua pena em uma colônia penal agrícola ou industrial, ou em instituições similares, onde tem a possibilidade de trabalhar ou estudar durante o dia, retornando à unidade prisional à noite.

Outro lado

Em defesa, Mauro e Rosana alegaram que “nunca exigiram ou receberam” dinheiro dos funcionários. Segundo a defesa apresentada à Justiça, não existiria no processo qualquer “prova da exigência das supostas vantagens”. O advogado do casal, Diego Scarpa, ainda acusa juiz de “motivações políticas” na decisão.

“Na política de Guarujá, a destruição da reputação dos inimigos dos poderosos é uma prática comum”, diz Scarpa. No entanto, o Ministério Público mencionou informações sobre o afastamento de Mauro de suas funções na Igreja Universal, coincidente com as denúncias de “rachadinha”.

A Igreja Universal, em um ofício anexado ao processo, declarou que Mauro ingressou na instituição em 1985, mas deixou o quadro de bispos em dezembro de 2018, e que sua saída foi uma decisão pessoal por motivos desconhecidos. A Universal ainda afirmou “não ter conhecimento de qualquer conduta ilícita” por parte de Mauro, considerando-o uma pessoa “idônea”.

*Com informações de Folha de S. Paulo.