A Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou nesta segunda-feira (21) um reajuste de 46% do salário do prefeito Bruno Covas (PSDB), do vice Ricardo Nunes (MDB) e dos secretários municipais. O vencimento de Covas salta de R$ 24.175,55 para R$ 35.462.
Segundo informações do jornalista Bruno Ribeiro, do Estado de S. Paulo, o aumento foi dado após uma manobra legislativa, que incluiu o amplo reajuste do Executivo em um projeto que previa apenas 2,8% de aumento para os funcionários da Câmara. A Prefeitura não tem reajuste salarial desde 2012.
A medida, aprovada por aclamação com oposição apenas das bancadas do PT e do PSOL e alguns vereadores insatisfeitos, deve ter um impacto orçamentário de R$ 500 milhões – mesmo valor que Covas diz ter “economizado” com a reforma da previdência municipal.
A projeção foi feita pelo vereador José Police Neto (PSD), crítico do projeto. “Meio bilhão é o que o Covas conseguiu economizar com a reforma da Previdência. O que a gente mais discutiu nessas eleições foi a desigualdade. Essa medida que aprofunda as desigualdades é o que vai inaugurar a próxima gestão”, disse ao Estadão.
No Twitter, o vereador Eduardo Suplicy (PT) criticou o projeto. “Tendo em conta que a remuneração do conjunto dos servidores municipais não foi objeto de reajuste, mesmo que o reajuste nesta proposta tenha sido de 45% para o prefeito, o vice e os secretários para 2022, eu me pronunciei contrariamente junto com o PT e votei contra o PL”, declarou.
O texto, que foi pautado pelo presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), ainda passar por segundo votação. A proposta volta à pauta na quarta-feira (23).
Gabinete paralelo
Nesta segunda-feira, o segundo colocado das eleições de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), anunciou a formação de um gabinete paralelo para acompanhar governo Covas.