O odontólogo Rogério Pereira dos Santos, de 54 anos, é candidato a prefeito de Santos pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), com a coligação “Juntos Pra Santos Seguir em Frente”.
Estão ao lado de sua candidatura, além do PSDB, o Republicanos, PP, DEM, PSL, Podemos, PL e PSB.
Natural de Santos, o candidato da situação, que leva o número 45, tem mestrado em saúde coletiva e foi secretário municipal de Governo.
“Construí toda a minha carreira na gestão pública, em mais de 32 anos de atividades e, nos últimos anos, ocupei o cargo de secretário de Governo, trabalhando ao lado do prefeito Paulo Alexandre. Nessa função tive a oportunidade de coordenar as principais obras da cidade”, aponta o candidato.
A administradora Renata Costa Bravo Oliveira (PSDB), de 49 anos, é a candidata a vice.
Folha Santista: Por que o senhor é candidato a prefeito de Santos?
Rogério Santos: Sou apaixonado por Santos e quero ver a cidade sempre crescendo. Construí toda a minha carreira na gestão pública, em mais de 32 anos de atividades e, nos últimos anos, ocupei o cargo de secretário de Governo, trabalhando ao lado do prefeito Paulo Alexandre. Nessa função tive a oportunidade de coordenar as principais obras da cidade, como a abertura do Hospital dos Estivadores, a Nova Entrada de Santos, a construção de 11 policlínicas, a Nova Ponta da Praia, entre outras. Todo esse trabalho, executado com muita dedicação e sucesso, me traz a convicção de que estou preparado para assumir o cargo de prefeito, que é de muita responsabilidade, e dar continuidade ao que foi feito. Tenho certeza que não existe cidade pronta. Nesses anos, sempre que resolvíamos alguma demanda da cidade, outras logo surgiam, o que mostra que temos trabalhado com afinco, mas que ainda há muito a fazer. Tenho muito orgulho de nossa cidade. Conheço suas necessidades, seus problemas e como resolvê-los, porque ouvi as pessoas ao longo dos últimos anos. Estou preparado para trabalhar por todos.
Folha Santista: Quais são os principais eixos do seu plano de governo?
Rogério: A minha principal meta é a educação. Quero escola em período integral, com o contraturno voltado à cultura, esporte, tecnologia, educação financeira e empreendedorismo. Já temos 53% das crianças em período integral, mas meu objetivo é chegar a 75%. Minha segunda prioridade é a geração de emprego e renda. Quero incentivar as empresas retroportuárias. Montar um distrito industrial portuário e continuar investindo em infraestrutura, com as obras de macrodrenagem, principalmente na Zona Noroeste e nos Morros, gerando emprego. Incentivar o turismo trazendo grandes eventos e, na área de tecnologia, como já fizemos com a Amazon Web Services (AWS), trazer parceiros por meio do Parque Tecnológico. A terceira meta é a zeladoria, como fizemos na Ponta da Praia, na Zona Noroeste, nos Morros, e agora vamos fazer no Novo Quebra-mar. Quero remodelar a Rua Álvaro Guimarães, na Zona Noroeste, que é um corredor comercial. Vamos ter um olhar atento à região central, onde incentivaremos a moradia com o retrofit, o comércio e o turismo.
Folha Santista: A cidade vem perdendo empregos no Porto de Santos, o que o senhor pretende fazer para que isso se reverta?
Rogério: O Porto de Santos tem batido recordes de produção, mas é preciso atenção ao aspecto social desse avanço. Saímos de 35 mil trabalhadores portuários para cerca de 10 mil. Nunca podemos perder de vista o impacto humano da redução de mão de obra. A automação das operações não irá diminuir, então é fundamental pensarmos em meios para que o Porto possa gerar mais empregos, principalmente na área retroportuária. Minha proposta é rever a Lei de Uso e Ocupação do Solo da Área Continental, buscando a implantação de novas atividades portuárias e, junto com a iniciativa privada, por meio de incentivos fiscais, implantar condomínios industriais na Alemoa. Também incentivaremos pesquisa com o Parque Tecnológico de Santos, dando oportunidade para o desenvolvimento de tecnologias e processos criativos e sustentáveis para a cidade e para o Porto, incentivando startups e a instalação de empresas complementares aos serviços portuários.
Folha Santista: Qual sua posição acerca da instalação da usina de incineração de lixo em Santos?
Rogério: A prefeitura aprimorou os serviços prestados à população, como a ampliação da coleta seletiva, implantação de programas de compostagem, o que resultou em aumento do material reciclado em mais de três vezes. Além disso, contribuímos para a melhoria das cooperativas de coleta de material reciclável e criamos instrumentos para grandes geradores descartarem seus resíduos de forma adequada. O projeto de transformação de lixo em energia é da iniciativa privada e compete à Cetesb o licenciamento, o que implica nas análises das especificações técnicas da unidade. Modelo semelhante existe em outras cidades pelo mundo e todas as alternativas devem ser analisadas. O que fazemos é reduzir a quantidade de material encaminhado ao aterro sanitário com as políticas públicas, ampliando a reciclagem.
Folha Santista: O senhor tem alguma proposta para a revitalização do Centro? O que o pretende fazer nesta região da cidade?
Rogério: Nosso grande desafio é a região central, onde queremos incentivar a moradia, o comércio e o turismo, recuperando toda a região. Nos últimos anos realizamos uma série de investimentos em importantes patrimônios públicos, como o Outeiro de Santa Catarina, o Museu Pelé, a Nova Rodoviária. Além disso, criamos incentivos, como isenção de IPTU e demais benefícios fiscais, para quem investir na região. Revimos a legislação do Alegra Centro, flexibilizando o restauro dos imóveis de forma a preservar o que realmente tem valor histórico. Com isso, queremos estimular a recuperação e ocupação de prédios que hoje estão deteriorados. Atualmente, todos os bairros têm moradia e comércio. Nos morros, na Zona Noroeste, na Zona Leste é assim. É isso que vai permitir que os bairros centrais ganhem vida. Vale destacar que alteramos o traçado da segunda fase do VLT, passando, por exemplo, em frente ao Mercado Municipal, como forma de garantir um transporte de alta qualidade para esse público que vai morar na região.
Folha Santista: Quais propostas têm para a área de cultura e turismo da cidade?
Rogério: Nossa meta é fortalecer as atividades culturais. Desenvolver mais ações nas Vilas Criativas, dar total apoio aos eventos que já marcam o calendário e a dinâmica da Cidade, incentivar a diversidade cultural e as ações que potencializem o turismo, além de trabalhar a arte e a cultura no contraturno escolar. Faremos tudo o que possa auxiliar na formação de público e incentivar os artistas locais. Vamos garantir a implantação das ações do Plano Municipal da Cultura e ampliar os fomentos por meio do Facult e de editais como o de curtas-metragens. Implantaremos, ainda, a primeira Escola Pública de Cinema, segmento reconhecido pela Unesco em Santos, e fortaleceremos os cursos do Fábrica Cultural. Ainda no cinema, quero reformular a Santos Film Commission para torná-la captadora de recursos e incentivadora do cinema regional.
Folha Santista: O que pretende fazer para melhorar o atendimento na área de saúde, especialmente nas especialidades?
Rogério: Os profissionais de Saúde merecem toda a nossa admiração pelo brilhante trabalho que realizam durante a pandemia. A Saúde foi uma das prioridades durante o governo, recebendo grandes investimentos. Abrimos o Hospital dos Estivadores, construímos 11 policlínicas e temos o novo Ambesp Central, com atendimento ampliado durante a semana e com funcionamento aos sábados, o que está permitindo atender mais de mil pessoas por dia em 37 especialidades. Além disso, foi o primeiro governo que reformulou completamente o atendimento de urgência e emergência com os três prontos-socorros da cidade remodelados para UPAs: a Central, da Zona Leste e Zona Noroeste. Na atenção básica, ampliamos o atendimento de 9% para mais de 30% da população. Muito foi feito, mas quero fazer mais. Vamos criar um hospital infantil na Zona Noroeste. Quero construir, ainda, policlínicas em áreas como o Dique da Vila Gilda. Vou fazer a policlínica do Estuário e novos prédios na Vila São Jorge e na Vila Progresso, além de reestruturar outras unidades.
Folha Santista: Como avalia as duas gestões de Paulo Alexandre Barbosa?
Rogério: A gestão do prefeito Paulo Alexandre, da qual fiz parte, conseguiu resolver problemas históricos da nossa cidade, retirando do papel sonhos antigos. Realizamos as obras da entrada de Santos e o VLT, que tiveram décadas de discussão. Aliás, na saúde, reformulamos totalmente o atendimento de urgência e emergência com as UPAs, o que nos ajudou a enfrentar a pandemia com planejamento, testagem em massa e atenção às pessoas. Na educação, construímos nove novas escolas, todas com conceito moderno; entregamos o Parque Tecnológico, que fomentará o empreendedorismo, a pesquisa e a tecnologia na cidade em parceria com as universidades e empresas; as Vilas Criativas, espaços voltados à capacitação profissional e à valorização humana. Construímos duas unidades do Bom Prato, chegando a quatro equipamentos. Reformamos a Ponta da Praia e temos o novo Centro de Convenções, administrado pela GL Eventos, uma das maiores do mundo no segmento, que aposta no desenvolvimento da cidade. Fomos o governo que mais construiu apartamentos desde 1985. Essas conquistas podem ser vistas em todas as regiões, basta caminhar pela cidade, pelos bairros, conversar com quem vive em Santos. Coordenei esses avanços, mas sei que ainda há muito a fazer. Não existe cidade pronta, por isso o gestor público deve planejar e estar pronto para encarar os desafios. Eu tenho a experiência e a determinação para assumir esse compromisso com a população.