Foto: Reprodução/TV Globo

Por Lucas Rocha, da Revista Fórum

A apresentadora Xuxa Meneghel, atualmente na Record, participou neste domingo (1) de entrevista no programa Fantástico, da Rede Globo, na qual comentou sobre seu livro infantil, ‘Maya, Bebê Arco-Íris’, sua recente autobiografia, ‘Memórias’, e polêmicas que surgiram com o tempo. Entre os assuntos, esteve o filme “Amor, Estanho Amor”, um dos maiores tabus de sua carreira.

“É muito bom (ter sido perguntada sobre o filme), porque cada vez que eu falo sobre isso as pessoas levantam essa bandeira, dizendo: mas você transou com um garoto de 12 anos num filme. Então, vamos lá: eu não transei, aquilo é ficção, é ficção, se não, o Arnold Schwarzenegger deveria estar preso, porque matou um monte de gente nos filmes dele”, disse Xuxa à jornalista Renata Ceribelli.

A Rainha dos Baixinhos ainda recomendou que as pessoas assistam ao filme, que trata de um tema bastante atual, segundo ela. “Quem não viu o filme, por favor, veja. Porque esse filme fala de uma coisa muito atual, que é a exploração infantil, isso é a realidade de muita gente. Não é minha realidade, mas é a realidade de muita gente”, afirmou.

“Então, antes de as pessoas me criticarem, as pessoas deveriam saber que isso existe, diariamente, nesse país e no mundo todo, mas, principalmente, nesse país. Muitos meninos e meninas são vendidos e vendidas para políticos, para pessoas que se dizem que têm poder. Então, isso é muito importante as pessoas falaram, sim, desse filme”, completou.

O filme foi impedido judicialmente de ser exibido pela apresentadora por quase 30 anos. Em 2018, foi liberado.

Homofobia

Uma das motivações da entrevista foram os ataques sofridos por ela em razão do livro ‘Maya, Bebê Arco-Íris’, que será lançado na próxima semana. A publicação, que trata de um anjo que escolhe vir ao mundo como filha de um casal lésbico, tem sido alvo de ataques de conservadores. “A Maya veio pra mostrar que Deus é amor, que não tem preconceito, que não tem discriminação. Preconceito e discriminação vêm do homem, não de Deus”, declarou.

Paquitas

Xuxa ainda comentou sobre a ausência de paquitas negras e falou nas imposições da época. “As paquitas estavam seguindo uma beleza que foi imposta naquele época, mas era uma coisa que eu não queria, mas como não dependia só de mim”, declarou.

“Na época, a gente seguia o que a criança queria consumir. Antes de falar de paquita, tinha que falar das princesas, mas não tinha nenhuma princesa negra. […] Não é legal as pessoas botarem a culpa no meu colo, dizer a Xuxa só tinha paquita loira, não. A Xuxa só tinha o que as crianças queriam ver naquela época, o que era imposto para as crianças como uma coisa normal e natural”, disse ainda.

Com informações de O Globo e do G1