Em reunião realizada no Ministério Público do Trabalho, na manhã desta sexta-feira, que durou três horas, a Usiminas confirmou que vai demitir 900 trabalhadores da Unidade de Cubatão (60% do efetivo) e que deseja paralisar temporariamente suas operações no local. A informação é do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista. Empresa diz que setor está em crise e busca o diálogo com o sindicato.
De acordo com o presidente dos Metalúrgicos Claudinei Rodrigues Gato, a empresa confirmou ao promotor que vai demitir mesmo 900 trabalhadores. “Nós deixamos claro que não assinamos nenhum acordo que preveja demissão em massa”.
Gato lembrou que a promotoria pediu à empresa que apresentasse dados comprovando as dificuldades financeiras, a necessidade das demissões e também se não estão repassando dividendos a seus acionistas. “O advogado deles se recusou a apresentar, pois disse que não tinha permissão para isso”.
A empresa tem, hoje, 1,6 mil trabalhadores na Unidade de Cubatão. Durante a reunião, a Usiminas revelou que pretende paralisar temporariamente as operações da planta de Cubatão. Pelo menos até segunda-feira, dia 18 de maio, a siderúrgica não vai demitir ninguém, quando às 14 horas haverá nova reunião no Ministério Público do Trabalho. “Eles terão que apresentar dados, mas sabemos que não vão fazer isso. Vamos continuar na luta e judicializar a questão buscando uma liminar que impeça mais essas dispensas”, afirmou Gato.
Usiminas é uma empresa do setor siderúrgico, líder na produção e comercialização de aços planos laminados a frio e a quente, bobinas, placas e revestidos, destinados principalmente aos setores de bens de capital e de bens de consumo da linha branca, além da indústria automotiva.
Não confirmou
Em nota, a Usiminas não confirmou que vai paralisar as atividades, mas que está buscando a preservação da força de trabalho e a sobrevivência da operação em Cubatão.”
“O setor siderúrgico foi fortemente impactado pela retração da atividade industrial. Segundo dados do Instituto Aço Brasil, houve uma queda de 50% no consumo de aço no mês de abril (comparado a março) e o volume de vendas recuou a níveis antes vistos apenas em 1995, 25 anos atrás.
Além disso, o setor automotivo, principal mercado atendido pela Usina de Cubatão, registrou uma brusca retração na produção nacional de veículos, de 99,3% em abril, segundo dados da Anfavea – pior resultado da série histórica, que teve início em 1957.
Desde o início da pandemia, a Usiminas busca o diálogo com os seus públicos, para uma solução conjunta, visando, ao máximo, a preservação da sua força de trabalho e a sobrevivência da operação em Cubatão. A companhia reitera que buscou negociar com o Sindicato dos Metalúrgicos de Cubatão, inclusive as condições para os desligamentos necessários, porém, a entidade se negou a discutir o tema.”, informou a assessoria de imprensa da empresa.