Foto: Carlos Nogueira/PMS

A tragédia climática que castiga o Rio Grande do Sul passou a preocupar, mesmo que tardiamente, autoridades, pesquisadores e a sociedade em geral, que alertam sobre o perigo do avanço do nível do mar no planeta.

Uma pesquisa desenvolvida pela Organização Meteorológica Mundial apontou um dado assustador: o nível do mar está subindo mais do que o dobro do ritmo registrado na primeira década de medições, entre 1993 e 2002. Com isso, atingiu um novo recorde em 2023.

Em 17º lugar entre os países mais vulneráveis às mudanças climáticas, o Brasil enfrenta perigos em relação ao avanço do nível do mar em várias cidades.

Entre os dez locais que correm mais risco de afundar no país está Santos. Confira a lista:

Maceió (Alagoas)

O grande problema na região é consequência da longa exploração de sal-gema, combinada com a localização das minas em uma área de falha geológica. A extração do minério causa pontos de fragilidade no subsolo, que passa a ceder. Com isso, bairros começam a afundar.

Recife (Pernambuco)

A cidade é considerada a 16ª mais ameaçada do planeta pelas alterações climáticas com o aumento do nível do mar. O dado é do Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas da ONU (IPCC). Aspectos que contribuem para esse cenário: geografia, densidade demográfica e desigualdade social.

Ilha do Governador (Rio de Janeiro)

Estudo elaborado pela organização Climate Central e publicado pela CNN Brasil mostra que o Rio de Janeiro corre risco de ficar submerso até 2100. O trabalho calcula que o aumento do nível do mar será entre 0,6 e 2,1 metros ao longo deste século. Com o menor aumento, de 0,6m, bairros da Zona Oeste, Ilha do Governador ficarão submersos.

Fortaleza (Ceará)

Pesquisa, publicada em 2021, também pela organização Climate Central, aponta que a região do Farol do Mucuripe, em Fortaleza, deverá ficar inundada com o aumento da temperatura média global, o que provoca o avanço do nível das águas dos oceanos.

Porto Alegre (Rio Grande do Sul)

A capital gaúcha é cercada por uma parede de montanhas e, também, pelo mar. Toda a chuva que cai em outras regiões do estado acaba escoando nos rios próximos à cidade, como o Guaíba, o que aumenta o perigo de alagamentos, como ocorre atualmente.

Salvador (Bahia)

Algumas características de Salvador causam mais riscos em casos de eventos climáticos extremos. Além disso, o sistema de drenagem da cidade não é eficiente para receber toda a água que vem das chuvas intensas.

Santos (SP)

Um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado, na última semana, pela revista Environmental Research Letters, indica que Santos corre risco de ser invadida pelo mar nos próximos anos por causa do aumento do nível dos oceanos.

A cidades desenvolveu um planejamento preventivo de ações para conter os impactos do aumento do nível do mar, com a instalação de barreiras de contenção para diminuir os efeitos das ressacas.

Em 2018, foram colocadas 49 geobags no bairro Ponta da Praia. Essas barreiras são submersas e contam com 275 metros de comprimento, em formato de L, e estão em frente à praia, a partir da altura da Rua Afonso Celso de Paula Lima. O objetivo é minimizar a força das ondas.

São Luís (Maranhão)

A pesquisa do Climate Central projeta a invasão da maré na Avenida Beira-Mar, no Cais da Praia Grande e em parte do Centro Histórico de São Luís, no Maranhão. Isto no caso de se concretizar o pior cenário, que é o aumento de temperatura em até 4 graus, provocado pelas emissões de carbono.

Baía da Babitonga (Santa Catarina)

Parte da cidade de Joinville, em Santa Catarina, corre o risco de desaparecer, em consequência do avanço do mar, até 2050.  A informação foi retirada de uma pesquisa realizada pela revista científica Nature Communications. As áreas que podem ficar submersas em Joinville estão localizadas em volta da Baía da Babitonga e dos canais.

Belém (Pará)

A maioria das cidades no Pará se localiza beira rio ou beira mar, o que aumenta ainda mais o perigo de alagamentos e outros problemas a partir das mudanças climáticas.

Com informações do Diário do Litoral.