Por Raony Salvador
O planeta está em uma trajetória de aquecimento de 2,4°C, acima da meta de 1,5°C do Acordo de Paris, considerada necessária para evitar os piores impactos das mudanças climáticas. Esse alerta faz parte do relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado antes da COP29. O documento destaca que eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas e inundações estão se intensificando e afetando a segurança dos sistemas energéticos.
Segundo o relatório, o futuro do setor energético será marcado por riscos geopolíticos e pela oferta abundante de diferentes combustíveis e tecnologias. Fatih Birol, diretor executivo da AIE, aponta que um possível excedente de petróleo e gás natural na segunda metade da década pode trazer alívio nos preços e abrir espaço para políticas que incentivem a transição energética. Isso incluiria a remoção de subsídios a combustíveis fósseis e o aumento de investimentos em energias limpas.
“Em muitas partes do mundo, os eventos climáticos extremos, intensificados por décadas de emissões elevadas, já estão colocando desafios profundos para a operação segura e confiável dos sistemas energéticos, incluindo ondas de calor cada vez mais severas, secas, inundações e tempestades”, diz o documento, divulgado nesta quarta-feira (16).
As fontes de energia de baixa emissão estão crescendo rapidamente, com mais de 560 GW de novas capacidades de energia renovável adicionadas em 2023. Os investimentos em energias limpas, que se aproximam de US$ 2 trilhões, quase duplicam o montante gasto em petróleo, gás e carvão.