Por Yuri Ferreira
Nesta semana, o novo navio de caça de baleias japonês Kangei Maru matou o primeiro animal de sua jornada pelas águas dos oceanos.
O navio, considerado um do maiores abatedouros do mundo, é operado pela Kyodo Senpaku Co., Ltd com apoio do governo do Japão.
A prática tem sido duramente criticada por ativistas ambientais da comunidade internacional. O consumo de carne de baleia no Japão caiu drasticamente, passando de históricas 230 mil toneladas, em 1962, para uma estimativa de 1 mil a 2 mil toneladas anualmente. Ainda assim, o governo japonês se intensifica em uma guerra para tentar reviver a prática. Em apoio a Kyodo Senpaku, o governo japonês liberou recentemente a caça da baleia-comum.
“As baleias são importantes recursos alimentares e devem ser utilizadas de forma sustentável com base em evidências científicas”, disse o porta-voz do governo Yoshimasa Hayashi.
A prática é descrita como “cruel” e é proibida em praticamente todos os países do mundo, com exceção de Japão e Noruega. A Islândia vai proibir a caça às baleias ainda neste ano.
O Kangei Maru
Com 112,6 metros de comprimento e um tonelagem bruta de aproximadamente 9.299 toneladas, o Kangei Maru foi projetado para processar e armazenar até 600 toneladas de carne de baleia.
Ou seja: além de caçar, ele processa e guarda a carne do mamífero, vendida por preços absurdos no mercado japonês. Ele pode acomodar uma tripulação de 100 pessoas e possui cabines individuais e instalações modernas, ao contrário de seu antecessor, o Nishin Maru, que foi construído há 70 anos e seguia em operação.
O navio possui um alcance de cruzeiro de 13 mil quilômetros, permitindo que ele navegue em águas da Antártica, onde as atividades de caça às baleias são tradicionalmente realizadas.
O Kangei Maru funciona como uma fábrica flutuante, processando as baleias capturadas por embarcações menores e projetado para longas viagens no mar, com capacidade para permanecer em operação por até 60 dias. Essa capacidade permite o desmembramento e armazenamento imediato da carne de baleia, garantindo a qualidade durante os longos retornos ao porto.