Divulgação/Gremar

A Prefeitura de Guarujá e a Secretaria de Meio Ambiente decidiram não renovar o convênio com a Organização não governamental (ONG) Instituto Gremar, que operava a Base Flutuante do Canal de Bertioga, que fica no quilômetro 13,5 da Rodovia SP-66, desde 2013. A Administração afirmou que o término do convênio não significa que o serviço será extinto.

O Gremar utilizava o local para operações de reabilitação e soltura de animais marinhos e silvestres resgatados em toda a Baixada Santista. A ONG alegou que foi uma decisão unilateral, ou seja, apenas por parte da Administração Municipal.

O fim do convênio significa também o adiamento por tempo indeterminado da implantação do Projeto “Estação Verde Mar”, idealizado em parceria com a Secretaria de Educação e Esporte de Guarujá e com o apoio da Associação dos Amigos do Condomínio Iporanga. Em nota, o Gremar afirmou que “a proposta em transformar a base flutuante em um centro de educação ambiental ainda mais estruturado estava em vias de ser concretizada. As instalações, de acordo com a nova configuração, compreenderiam três ambientes repletos de acervo biológico e instalações interativas para aprendizado de estudantes a partir do 7º ano da rede pública de ensino”.

A pandemia do coronavírus, porém, atrapalhou a reforma e a instalação dos equipamentos, já que isso exporia as pessoas à contaminação. “Neste momento, porém, entendemos que não existe nada mais significativo do que o fato do flutuante ter se tornado um símbolo do Instituto Gremar aos olhos da população, que, por tantas vezes, esteve ao nosso lado não somente ali, mas também nos resgates, solturas e mutirões que realizamos assiduamente pelos rios e praias da região”, declarou o Gremar.

Na nota oficial, a ONG alertou para a nova destinação que será dado ao flutuante. ” Por fim, como cidadãos do Guarujá e da Baixada Santista, seguiremos atentos à nova destinação deste espaço tão emblemático.É fundamental que sua histórica vocação seja considerada, preservada e continuada de forma plena e perene, por seus futuros ocupantes.

“Em um momento tão conturbado do país, em que diariamente temos visto interesses políticos, empresariais e até mesmo particulares se sobrepondo à causa ambiental, seguimos com uma única certeza: a de que não esmoreceremos”, assinou a diretoria.

Tombo
A Reportagem do Folha Santista apurou que o projeto não se interrompe porque existe a nova base da Praia do Tombo, que passou a centralizar as operações desde o ano passado e é vinculada ao Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, que é nacional, e não depende do poder público.

Prefeitura
De acordo com a Prefeitura de Guarujá, o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) é bancado pela Petrobras. Portanto, o término do convênio não significa que o serviço será extinto. O Gremar tem nova sede na Praia do Tombo e continuará prestando serviço normalmente mediante acordo entre o Ibama e a Petrobras. A questão da casa flutuante será alvo de edital de novos projetos que será lançado pela Semam para que novos centros de pesquisas e universidades possam utilizar a área para desenvolvimento de novos estudos no Guarujá. Por fim, a unidade de resgate de animais marinhos não poderá continuar, onde está localizada a Casa Flutuante, uma vez que não é passível de licenciamento ambiental pela Cetesb.