Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Por Danilo Tavares*

São Vicente sedia um evento crucial na luta contra as mudanças climáticas. O “Fórum Baixada Resiliente: Estratégias municipais para a crise climática” acontece neste sábado (22), das 15h às 17h, no espaço DAC Equipe Plataforma. Este evento reúne especialistas, legisladores e membros da comunidade para debater e desenvolver políticas de mitigação e adaptação climáticas específicas para a região.

A Baixada Santista, assim como muitas outras regiões, enfrenta desafios significativos devido às mudanças climáticas. Ondas de calor intensas, inundações e outros eventos extremos têm se tornado cada vez mais frequentes, afetando principalmente as comunidades mais vulneráveis. A necessidade de ações coordenadas e eficazes é urgente para evitar os piores cenários em um futuro próximo.

Aqui na Baixada Santista tivemos períodos de calor em dezembro, janeiro e fevereiro com sensação térmica ultrapassando 42º C, com dias em que tivemos que trabalhar com calor de 38ºC, na sombra, das 10h às 18h. Some-se a isso a mais de uma hora dentro de ônibus lotados e sem ar condicionado. Na ida e na volta. É doentio, é adoecedor. Precisamos mudar esse cenário com foco nas pessoas e comunidades mais vulneráveis.

O principal objetivo do Fórum é desenvolver uma compreensão integrada das necessidades climáticas da Baixada Santista, resultando em sugestões concretas de ações e políticas públicas municipais. Além disso, o encontro visa produzir um modelo de ofício para que as pessoas solicitem audiências públicas sobre o tema em suas cidades, incentivando a enviarem essas solicitações às Câmaras Municipais dos municípios da região. Esse esforço conjunto pretende impulsionar políticas públicas efetivas, com participação popular e que promovam a resiliência climática e a sustentabilidade socioambiental local.

Participantes Confirmados

  • Monica Seixas (PSOL): Deputada estadual, jornalista, ambientalista, feminista e militante do movimento negro, com destaque na atuação em defesa da natureza, dos povos originários e comunidades tradicionais.
  • Francisca Eliene da Silva (São Vicente): Presidenta da Organização Flor do México, empreendedora social, educadora popular e líder comunitária.
  • Cacique Sérgio Popygua (Mongaguá): Liderança Guarani M’Bya, formado em filosofia, trazendo experiências e técnicas tradicionais para construção de uma comunidade sustentável.
  • Poliana Nascimento (Itanhaém): Codeputada estadual pelo Movimento das Pretas, professora, sindicalista e militante da educação e do movimento negro.

Detalhes da Atividade

  • Data e horário: 22 de junho, das 15h às 17h
  • Local: Espaço Plataforma, R. Ver. Diego Pires de Campos, 121 – Vila São Jorge, São Vicente – SP, 11380-130.

Formato do Encontro

  • 14h30: Início da recepção;
  • 15h: Abertura da mesa, apresentação do tema e entrada dos participantes;
  • 15h15: Apresentações individuais focando na visão e experiências de cada convidado;
  • 15h30: Discussão moderada com foco em estratégias práticas de implementação;
  • 16h20: Sessão de perguntas do público para engajar a comunidade local;
  • 16h50: Conclusões e comprometimento com o acompanhamento das recomendações propostas;
  • Pós-evento: Elaboração e disponibilização de um documento com sugestões de ações e políticas públicas e desenvolvimento de um modelo de ofício para audiência pública municipal.

Dados e informações relevantes

Os efeitos das mudanças climáticas no Brasil têm se mostrado devastadores, conforme revela um estudo técnico da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) sobre desastres e habitação entre 2013 e 2022.

A intensificação dos eventos climáticos extremos resultou em prejuízos materiais significativos e expôs profundas vulnerabilidades sociais e estruturais nas políticas públicas e no planejamento urbano do país. O estudo aponta que 5.199 municípios brasileiros foram afetados por desastres naturais, resultando em mais de 2 milhões de moradias danificadas ou destruídas e prejuízos financeiros avaliados em cerca de R$ 26 bilhões. Além disso, 4,2 milhões de pessoas foram deslocadas de suas casas.

Monica Seixas enfatiza a urgência desta questão: “Até pouco tempo atrás, quando a gente ia discutir gestão de cidade, a gente queria discutir PIB, a gente queria discutir o orçamento, queria discutir o crescimento. Mas a verdade é que a gestão pública tem um grande desafio que se impõe também sobre as questões políticas: o futuro. E o futuro não será feito com números, com o mercado, mas com a capacidade das cidades se adaptarem à crise climática. Nós vamos discutir agora gestão e a renaturalização dos espaços públicos”.

Participe!

O Fórum Baixada Resiliente busca ser um catalisador de ideias para a ação climática na Baixada Santista, proporcionando um espaço de discussão rica e multidisciplinar que pode levar à adoção de medidas concretas e eficazes na região.

Participe e ajude a construir um futuro mais resiliente e sustentável para todos. Esta mesa de diálogo visa não apenas discutir, mas também implementar ações práticas que promovam a resiliência climática na Baixada Santista. Venha fazer parte dessa mudança!

*Danilo Tavares é produtor cultural, documentarista, coordenou diversas oficinas de cinema digital, é gestor e desenvolve propostas de projetos para editais culturais e sociais. Atualmente é proprietário da Zopp Criativa Produções, empresa com selo Estratégias ODS, diretor de projetos do Clube do Choro de Santos, membro do Fórum de Economia Solidária da Baixada Santista e diretor da Casa Crescer e Brilhar (São Vicente). E-mail: [email protected].

**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião do Folha Santista.