Os casos de flagrantes de tubarões no litoral de São Paulo dispararam recentemente. Os animais, ameaçados de extinção, podem ser avistados no Arquipélago de Alcatrazes, unidade de conservação marinha, localizada a 35 km da costa no litoral norte, entre São Sebastião e Ilhabela.
O aumento na ocorrência de flagrantes é alvo de um estudo desenvolvido e publicado pelo Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (IMar/Unifesp) no início de 2024.
Uma das possibilidades que pode explicar o fenômeno é a expansão e o fortalecimento da área de proteção integral, de acordo com dados da pesquisa.
O estudo da Unifesp foi realizado entre 2022 e 2023 e registrou a presença de sete espécies de tubarões no local, sendo que seis delas são classificadas como ameaçadas de extinção.
Confira as espécies de tubarões registradas no estudo em Alcatrazes:
– Squalus cf. albicaudus – cação-bagre-da-cauda-branca;
– Carcharias taurus – tubarão-mangona;
– Carcharhinus plumbeus – tubarão-galhudo;
– Carcharhinus falciformis – tubarão-seda;
– Rhizoprionodon porosus – cação-frango;
– Sphyrna lewini – tubarão-martelo-recortado;
– Sphyrna zygaena – tubarão-martelo-liso.
O que é o Arquipélago de Alcatrazes
O Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes é uma unidade de conservação federal administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O local tem pouco mais de 67 mil hectares, é a maior unidade de conservação marinha de proteção integral das regiões Sul e Sudeste e a segunda maior do Brasil. Já foram catalogadas mais de 1.300 mil espécies de flora e fauna na região e, pelo menos, 259 espécies de peixes estão protegidas.
Até a década de 1990, o arquipélago era alvo de exercícios de tiro realizados pela Marinha. Os projéteis acabavam destruindo os ninhos e afastavam as aves do lugar.
Depois de muita pressão de ambientalistas, o local se transformou em agosto de 2016, por intermédio de decreto federal, em Refúgio de Vida Silvestre, de acordo com informações da Folhapress.