Por Marcelo Hailer, da Revista Fórum
A Conferência Ibero-Americana, que reúne os 22 países da América Latina e da Península Ibérica, realizou no último dia 30, por videoconferência, uma reunião ministerial extraordinária para tratar de políticas de combate ao coronavírus.
Porém, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, desviou o assunto, atacou a Venezuela e acusou o país de desrespeitar os direitos humanos.
O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, pediu um direito de resposta, o qual foi concedido. Em sua fala, Arreaza declarou que a intervenção de Araújo levantou preocupações sobre o seu estado de saúde.
“A intervenção do chanceler do Brasil, Ernesto Araújo, nos preocupou, pois sentimos que ele está um pouco alterado”, alertou Arreaza. Em seguida, o chanceler respondeu às acusações de Araújo sobre as políticas de direitos humanos da Venezuela.
“Enquanto ele falava, eu lembrava das palavras do Jair Bolsonaro quando era deputado, que dizia a algumas pessoas que o erro da ditadura brasileira foi torturar e não matar. Em outra oportunidade, Bolsonaro também disse que seria incapaz de amar um filho homossexual. Quando falamos sobre direitos humanos abordamos essas realidades, já que o chanceler é o porta-voz de Jair Bolsonaro”, disse Jorge Arreaza.
Em seguida, Arreaza entrou na pauta da reunião e falou da maneira como o Brasil tratou a pandemia do coronavírus e que isso também é sobre direitos humanos e lembrou que o Brasil tem 6,3 milhões de casos e que 173 mil pessoas morreram vítimas da Covid-19.
Chá de valeriana
Arreaza, antes de concluir a sua fala, também indicou “um chá de valeriana” (planta medicinal, que serve como calmante) para o ministro do Brasil.
Por fim, o chanceler da Venezuela enviou um recado aos trabalhadores do Itamaraty. “Eu sei que vocês estão resistindo e que tem vergonha das posições do chanceler. Fiquem tranquilos, isso é temporário”, disse.
Assista abaixo a resposta do chanceler da Venezuela, Jorge Arreaga.