A Arcos Dorados, maior franquia do McDonald’s no mundo em termos de vendas, que fica sediada em Buenos Aires, está sendo investigada pelo Ministério Público do Trabalho no Brasil por crimes de racismo e assédio sexual e moral contra jovens funcionários.
“Foi logo depois da virada do ano. Ele me abordava no banheiro e na área de almoço. Tenho dois emails pedindo socorro e mais o relato de uma cliente que viu em uma das vezes”, disse à Folha de S.Paulo, Gabriel Milbrat, de 19 anos, uma das vítimas do assédio em uma lanchonete da rede em Curitiba.
O jovem diz que o superior chegou a ejacular sobre ele quando dormia durante a pausa do almoço.
As denúncias de racismo e assédio sexual e moral fazem parte de um inquérito que foi aberto pela procuradora do trabalho Elisa Maria Brant de Carvalho Malta, em 22 de junho, a partir de representação feita pela União Geral dos Trabalhadores (UGT).
Segundo o advogado Alessandro Vietri, da UGT, a descoberta dos casos trabalhistas se deram quando a associação representou contra a empresa por práticas antissindicais.
Justiça do Trabalho
“Localizamos as ações [contra a empresa] na Justiça do Trabalho e, desse universo, são muitas as reclamações de assédio e racismo em meio a outras queixas. Começamos a nos perguntar o que estava acontecendo”, disse o jurista.
Somente na capital paulista, a Arcos Dorados é alvo de 136 denúncias de assédio moral e/ou sexual nos 171 restaurantes da cidade.
A UGT levantou pelo menos 22 casos levados à Justiça do Trabalho, nos quais ex-funcionários relatam agressões, assédio sexual, homofobia e transfobia.