Os adeptos da teoria da conspiração de que a Covid-19 é provocada por um “vírus chinês” sofreram um duro golpe, nesta terça-feira (9). Os representantes que integram a missão da Organização Mundial de Saúde (OMS) à China afirmaram que o vírus pode ter circulado em outro lugar antes de Wuhan, cidade chinesa onde foi detectado pela primeira vez.
A OMS declarou, ainda, que a hipótese de que o vírus tenha sido vazado em um acidente de laboratório é “extremamente improvável” e que essa possibilidade não está entre as que a organização sugere para estudos futuros, de acordo com informações do G1.
Depois de duas semanas de quarentena na cidade chinesa, a comitiva da OMS visitou vários locais, incluindo o mercado de frutos do mar de Wuhan, considerado a origem do primeiro grupo conhecido de infecções, e o Instituto de Virologia de Wuhan, envolvido nas pesquisas do coronavírus.
Liang Wannian, chefe da equipe chinesa da organização, afirmou que não há indicações de que o vírus estivesse circulando antes de dezembro de 2019, quando os primeiros casos de Covid no mundo foram relatados.
Na França
No entanto, um estudo envolvendo pesquisadores franceses apresenta evidências de que o vírus SARS-CoV-2 já circulava na França em novembro de 2019.
De acordo com o trabalho publicado no European Journal of Epidemiology, a equipe de pesquisadores, liderada pelo professor Fabrice Carrat, diretor do Instituto Pierre-Louis de Epidemiologia e Saúde Pública (Inserm, Universidade Sorbonne), analisou amostras de soro coletadas em 9.144 adultos na França.
Foram identificados 353 participantes com teste anti-SARS-CoV-2 IgG positivo, entre os quais 13 tiveram amostras coletadas entre novembro de 2019 e janeiro de 2020.