O governo do estado de São Paulo, liderado por João Doria (PSDB), anunciou nesta sexta-feira (29) que o feriado do Carnaval está cancelado no território paulista. A decisão foi tomada para tentar barrar o avanço da pandemia do novo coronavírus e anunciada em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de SP.
O secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, disse que a folga é um ponto facultativo e, desta maneira, foi suspensa pelo estado. “A medida foi tomada por entender que é o mais correto para seguir com arrefecimento da evolução da pandemia”, afirmou.
Assim como o estado, a prefeitura de São Paulo também vai suspender o ponto facultativo do Carnaval, disse Vinholi. O secretário disse que há uma orientação para que os demais municípios sigam essa regra.
As comemorações do Carnaval em fevereiro já tinham sido canceladas. Com a suspensão do feriado, a ideia é evitar um grande volume de viagens.
Na última semana, segundo o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, o estado teve uma redução de 1% no total de óbitos novos e de 9% nas internações novas devido ao novo coronavírus. “Diminuir internações significa diminuir a velocidade da pandemia em cada uma das regiões”, afirmou.
Para ele, esses dados mostram que as medidas sanitárias mais restritivas adotadas nas últimas semanas ajudaram. Ele destacou que as taxas de internação em UTI no estado na última semana ficaram em 69,9%, sendo que haviam se mantido acima de 70% nas quatro semanas anteriores.
Vacinação de idosos
Na entrevista, foi anunciado que os idosos com mais de 90 anos começarão a ser vacinados no dia 8 de fevereiro. Eles representam cerca de 206 mil pessoas, segundo Regiane de Paula, coordenadora de controle doenças da Secretaria de Estado da Saúde. No dia 15 de fevereiro, será iniciada a vacinação de idosos entre 85 e 89 anos, que representam 309 mil pessoas.
“Os idosos de 60 anos ou mais são responsáveis por quase 80% óbitos e mais de 50% internações em leitos de UTI”, disse Paulo Menezes, coordenador do centro de contingência do Covid-19. Por isso, segundo ele, essa imunização deve impactar na redução de internações e de mortes.
No entanto, essa faixa etária representa 13% dos casos diagnosticados até o momento. Por isso, a vacinação não deve refletir, num primeiro momento, em redução do número de diagnósticos confirmados.