Agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo agiram de forma truculenta e detiveram Henrique Oliveira e Silva, o Marreta, secretário de Formação e Política Sindical do Sindicato dos Trabalhadores na Indústrias Urbanas de Santos, Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira (Sintius).
Ele foi retirado à força da audiência pública, promovida pela Câmara de São Paulo, para discutir a privatização da Sabesp. O caso ocorreu nesta quarta-feira (17).
O diretor do Sintius foi perseguido em plenário pelos GCMs, colocado para fora e imobilizado dentro de um banheiro, onde foi algemado. Em seguida, foi conduzido ao 8º Distrito Policial. No final da tarde, o sindicalista acabou sendo liberado.
A diretoria do Sintius repudia “esse tipo de postura antidemocrática”, inclusive de alguns integrantes do parlamento paulistano, “que querem aprovar a toque de caixa a privatização da Sabesp”.
“É inaceitável acionar os agentes de segurança para intimidar a população e representantes de entidades que defendem a manutenção da companhia do saneamento como uma empresa pública”, destaca a entidade.
“O governo de São Paulo não pode abrir mão da Sabesp, que tem um caráter estratégico para o desenvolvimento e saúde da população. Não vamos aceitar calados o bom-mocismo dos agentes públicos que se apresentam como figuras técnicas e que atuam para dilapidar o patrimônio público”, prossegue o Sintius.
“Esse processo resultará na majoração excessiva das tarifas, na demissão de trabalhadores com grande experiência e conhecimento do setor e na diminuição na qualidade do serviço prestado”, alerta.
Intimidação na audiência pública de Santos
Anda segundo o Sintius, no dia 26 de fevereiro, quando a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística realizou uma audiência pública para discutir a privatização da Sabesp, na Associação Comercial de Santos (ACS), os agentes da segurança pública foram chamados para tentar inibir os cidadãos e representantes de entidade contrários a esse projeto defendido pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Um estudante que se manifestou contrariamente à privatização chegou a ficar detido pela Polícia Militar nas escadarias da ACS com uma outra jovem, mas ambos foram liberados após pressão dos representantes dos movimentos sindicais e populares.
A diretoria do sindicato também lamenta a postura do deputado estadual Paulo Mansur (PL), que, conforme a entidade, chegou a ameaçar de prisão um trabalhador durante a audiência pública.
A maioria dos presentes reclamou do horário da audiência (14 horas), o que inviabilizou a participação de muitos trabalhadores no debate. Também houve queixas contundentes, em especial das mulheres, em relação à revista exagerada feita pelos seguranças.
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