Fotos: Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Militar (PM), comandada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), é dona de um recente histórico de violência na Baixada Santista, principalmente usando como pretexto as operações Escudo e Verão.

Para não fugir à regra, nesta terça-feira (19), agentes da corporação reprimiram, inclusive com uso de spray de pimenta, um protesto pacífico, seguido de ocupação, de alunos da Escola Estadual Antônio Ablas Filho, em Santos.

Os estudantes, menores de idade, se manifestam contra a privatização das escolas e pedem a revogação do Novo Ensino Médio, entre outras pautas.

Os alunos relataram que os policiais usaram spray de pimenta contra professores e funcionários, enquanto eles estavam dentro da escola. “Estamos fazendo uma ocupação pacífica”, destaca a página da ocupação em uma rede social.

O uso de spray de pimenta, além de ser um ato de extrema violência, pode ter consequências fatais, em caso de a vítima ser alérgica.

Estudantes contaram, ainda, que os PMs xingaram os alunos de “maconheiros”, “desgraçados”, entre outros termos, além de terem forçado professores, funcionários e outros alunos que apoiavam a ocupação a ir embora.

“No processo de reivindicar nossos direitos havia funcionários e professores apoiando os alunos. No processo da retirada dos estudantes que não queriam participar da ocupação, policiais tentaram invadir e acabaram machucando alguns alunos, usando força contra o portão e jogando spray de pimenta, muitos alunos passaram mal”, ressaltou uma estudante.

Assista ao vídeo obtido pelo Boqnews da ação violenta da PM:

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que a PM foi acionada por volta das 9h30 para atender a uma manifestação na instituição de ensino. Além disso, admitiu o uso de “munição química” para dispersão.

“Os alunos formaram barricadas na quadra da escola e foi usada munição química para dispersá-los. Não há feridos e a polícia está à disposição da direção escolar para auxiliar na negociação com os estudantes”, diz a nota, enviada ao Metrópoles.

O que reivindicam os alunos

Os objetivos da ocupação, segundo o movimento, são: revogação imediata do Novo Ensino Médio; combate à militarização e à plataformização do ensino; impedir o leilão e a privatização de escolas; derrubar a tramitação da proposta de emenda à Constituição (PEC) 9/2023, do governo Tarcísio de Freitas, que pode retirar até R$ 11,3 bilhões da educação paulista. A PEC já foi aprovada em primeiro turno.

Além disso, os estudantes pedem melhorias para a escola, como instalação de equipamentos de ar-condicionado que já foram comprados, reforma da quadra poliesportiva e contratação de, no mínimo, dois inspetores para o quadro efetivo da escola.