A pensionista Dirce Azanha, que travava uma batalha jurídica para conseguir transferência da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Quietude, em Praia Grande, para um hospital da região, morreu na manhã deste sábado (30).
Aos 67 anos, Dirce tinha câncer no mediastino (região torácica dividida em duas partes, limitada lateralmente pelos pulmões, à frente pelo esterno, embaixo pelo diafragma e atrás pela coluna vertebral) e estava na UPA havia 12 dias. O estado dela exigia recursos que o local não oferece.
O desfecho do caso revoltou Lilian Souza, filha de Dirce: “A gente fica indignada, porque não saiu o pedido e a transferência. Foram 12 dias e não saiu, nem pra UTI, nem pra nada. Demorou, a gente correu atrás, mas o juiz indeferiu. Há coisas que são revoltantes”, desabafou.
A Defensoria Pública de Praia Grande tentou obter na Justiça autorização para a transferência. No entanto, o juiz da Vara da Fazenda Pública da cidade não concedeu uma liminar (decisão provisória), o que possibilitaria a mudança de unidade hospitalar.
O juiz avaliou que, em consequência da pandemia do coronavírus, seria necessário aguardar que os réus (estado e município) fossem ouvidos antes da decisão.
Quadro grave
A família já havia informado que Dirce estava piorando e que não conseguia vaga na Oncologia. Por isso, ela precisava ser internada em algum hospital. O quadro era bem grave, pois, segundo os médicos, o tumor estava empurrando o coração e pressionando o pulmão.
A Defensoria iria recorrer da decisão no Tribunal de Justiça. Porém, não houve tempo.