Um grupo de moradores da Vila dos Criadores, Jardim Piratininga e Jardim São Manoel, em Santos, organizou uma manifestação de apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS), em defesa dos direitos da população ao atendimento humanizado e gratuito, além de reivindicar junto à prefeitura a recontratação do médico que atuava no local pelo programa Mais Médicos e de outros profissionais que vivem situação semelhante.
O evento será realizado nesta quinta-feira (10), a partir das 11 horas, com concentração na Avenida dos Bandeirantes, em frente à Coca-Cola, no Jardim Piratininga.
“Nós, moradores da Vila dos Criadores, vamos manifestar nosso apoio ao SUS, em defesa dos direitos da população ao atendimento de qualidade e gratuito. São nossos direitos como cidadãos. Todos os dias convivemos com o descaso na saúde, o que nos deixa indignados por nossas demandas não serem atendidas”, relata Crislayne Gabriela Teixeira Barbosa, representante comunitária e moradora da Vila dos Criadores.
“Historicamente, não recebemos resposta a nossos atos comunitários e as autoridades dizem que não podem fazer nada por nós. Somos esquecidos, não somente em Santos, mas como, de fato, não somos localizados no mapa da região”, acrescenta.
Na avaliação de Mishelle Domingues, servidora municipal e moradora do Jardim São Manoel, a manifestação é fundamental e legítima, porque parte das pessoas que residem nos locais que mais necessitam do atendimento público de saúde.
“A reivindicação popular defende o SUS, a não precarização dos serviços e sua privatização onde, ao final dessa disputa de poderes, quem sofre é quem mais necessita dos serviços de saúde: a classe trabalhadora”, afirma.
Médicos da família
“Os moradores também reivindicam junto à prefeitura que recontrate o médico Walter Titz, que atendeu nos últimos seis anos na policlínica do Jardim Piratininga, ampliando atendimento aos moradores do Jardim São Manoel, que também procuram Walter, mesmo tendo policlínica no local, e Vila dos Criadores”, explica Mishelle.
“A população necessita de atendimento humanizado e os profissionais que atuam como médicos da família prestam esse serviço, de forma digna e gratuita, às pessoas que mais necessitam. O poder público pode, através de formas de contratação, atender às necessidades da população, estendendo o direito à saúde pública para toda a comunidade”, completa a servidora.
Prefeitura
A prefeitura de Santos encaminhou ao Folha Santista seu posicionamento: “A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece que, em nenhum momento, a unidade mencionada ficou sem médico para atender à população, e que o médico Walter Titz se desligou em 31 de maio, quando expirou o prazo limite de seis anos da prestação de serviço à SMS por meio do programa Mais Médicos. A SMS propôs ao profissional sua contratação para continuar a atender na unidade, por meio do regime RPA, mas o mesmo não respondeu. Desde então, um outro médico do corpo clínico do Município foi destacado para a referida Usafa”.
