Imagem ilustrativa. Créditos: Pixabay Free

Era para ter sido apenas mais uma simples macarronada para os filhos e netos, em 10 de dezembro de 2022, na casa de uma pedagoga que vive em Santos, no litoral de São Paulo, mas um fato repugnante marcou aquele dia e, de alguma forma, marcou também a mente de uma consumidora. Ela tinha comprado quatro latas de molho de tomate da marca Heinz, uma das mais famosas do mercado, e preparava a refeição para sua família, quando de uma das embalagens saiu algo nojento.

O nauseabundo episódio acabou tendo um fim na Justiça esta semana, mais de um ano depois, com a empresa alimentícia sendo condenada a pagar uma indenização de R$ 10 mil para a mulher, além de ressarcir os R$ 28 gastos com as latas de molho e ainda arcar com as despesas processuais e advocatícias da ação. Ela conta que ao se deparar com o que saiu da embalagem de molho, caindo dentro da panela, ficou tão enojada que vomitou por todo o chão da cozinha.

“A presença de corpo estranho em um produto de caráter alimentar ultrapassa o mero aborrecimento. O que era, portanto, um momento de confraternização familiar, se demonstrou um verdadeiro infortúnio, haja vista a presença do corpo estranho no alimento da autora e de seus familiares”, escreveu na sentença o juiz Frederico dos Santos Messias, da 4ª Vara Cível de Santos. Ainda cabe recurso em relação à decisão.

Mas o que seria o tal “corpo estranho” que saiu da embalagem do molho de tomate da Heinz? Em todo o transcorrer do processo, isso não ficou claro. Mas há uma razão para a tal. A consumidora informa que assim que o fato ocorreu, ela entrou em contato com o Serviço de Atendimento ao Cliente da Heinz e em menos de dois dias representantes da indústria de alimentos apareceram em sua casa. O problema é que eles queriam de qualquer maneira levar a embalagem e assim o fizeram. Nove meses depois, a empresa não dava retorno algum, tampouco informava o que hipoteticamente poderia ter ocorrido em relação ao tal “corpo estranho”.

Sem respostas, a vítima do produto estragado, com seu advogado, juntou todos os contatos realizados com a Heinz por meio de e-mails, WhatsApp e notificações realizadas por meio do site ‘reclameaqui’ e entrou com uma ação judicial contra a companhia.

Publicado originalmente pela Revista Fórum
Henrique Rodrigues
Jornalista e professor de Literatura Brasileira. É especialista em Estudos Brasileiros pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e tem mais de 23 mil km de sertão nordestino sobre duas rodas. É repórter, editor de colunas e artigos de Opinião e também correspondente da Fórum na Europa.