Os metroviários de São Paulo entraram em greve na madrugada desta quarta-feira (19) por reajuste salarial, pagamento da Participação nos Resultados e contra a retirada de direitos. A categoria também protesta contra a venda da sede do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, na rua Serra do Japi, na zona leste da capital.
Os dirigentes alegam que a categoria está há dois anos sem reajuste salarial e sem receberem a Participação nos Resultados (PR) referentes aos anos de 2019 e 2020.
A decisão foi tomada durante assembleia da categoria nesta terça-feira (18), após as negociações com o governo de João Doria (PSDB) não terem avançado na última semana. Dos 3.162 participantes, 2.448 (77,4%) votaram pela greve.
Os metroviários denunciam ainda que o governo estadual sequer mandou representantes a uma Audiência de Conciliação que teria sido realizada na terça-feira sob supervisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Dirigentes do sindicato classificaram a atitude como “um desrespeito à categoria”.
Segundo o Metrô, as linhas 1 – Azul, 2 – Verde, 3 – Vermelha e 15 – Prata estão paralisadas. Já as linhas 4 – Amarela e 5 – Lilás estão em operação. A companhia, no entanto, acionou o Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese), o que colocou em circulação 260 ônibus a partir desta quarta-feira para atender as linhas 1 – Azul, 3 – Vermelha e 2 – Verde.
Venda da sede
Centrais sindicais enviaram carta a Doria para protestar contra a venda do terreno em que funciona a sede do Sindicato dos Metroviários de São Paulo. No documento, segundo informações da Folha de S.Paulo, as centrais citam ataques que limitam suas atividades, além dos desafios já impostos pela pandemia da Covid-19.
“Em um período tão grave para o país com a gravíssima crise sanitária e econômica e diante dos recorrentes ataques que limitam e inibem os sindicatos para o exercício das suas finalidades, solicitamos a sua atenção para a fundamental continuidade da cessão desse imóvel que permitirá ao Sindicato manter suas atividades e o atendimento aos trabalhadores e às trabalhadoras”, diz trecho da carta.