Por Lucas Rocha, da Revista Fórum
A Justiça do Rio de Janeiro decidiu, na noite de sábado (5), pela soltura de Luis Carlos Justino, jovem negro de 22 anos que integra a Orquestra de Cordas da Grota e que foi preso na última quarta-feira (2) por um controverso mandado de prisão de 2017.
O juiz André Luiz Nicolitt atendeu ao pedido da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ e revogou a prisão preventiva do músico, que foi detido por um caso de assalto à mão armada que teria ocorrido em 2017. Justino foi reconhecido por fotos, mas possui comprovação de que estaria em outro lugar no mesmo horário do crime.
“Precisamente, sobre o caso, causa perplexidade como a foto de alguém primário, de bons antecedentes, sem qualquer passagem policial vai integrar o álbum de fotografias em sede policial como suspeito. Nota-se que à fls. 46 consta ‘após analisar o álbum de fotografia de suspeitos’”, diz trecho da decisão de Nicolitt, obtido pela jornalista Flávia Oliveira.
“Indaga-se: por que um jovem negro, violoncelista, que nunca teve passagem pela polícia inspiraria ‘desconfiança’ para constar em um álbum? Como essa foto foi parar no procedimento?”, questionou o magistrado.
A Orquestra de Cordas da Grota realizou um protesto no sábado (5), em frente ao presídio em que o músico estava com cartazes com os dizeres “respeite a favela” e “justiça para Luiz”.
Com informações do O Globo