Aluna de Guarujá (SP) entrou na Justiça após o sistema apontar, erroneamente, que ela faltou no segundo dia de prova — Foto: Arquivo pessoal

A estudante do Guarujá, Vitória Emerenciano, de 18 anos, entrou na Justiça e garantiu a sua nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023, que não tinha sido lançada no sistema devido a uma falha. Embora tenha ido nos dois dias de provas, no segundo o site constava como ausente. Sem o resultado, ela não poderia se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para uma bolsa de estudos.

A representação judicial foi contra o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que é responsável pela aplicação do exame. Em nota, o órgão informou que segue o protocolo de monitoramento da divulgação das notas.

Recém-formada no Ensino Médio, Vitória tem dois cursos na mira: Medicina ou Ciências do Esporte. Os sonhos e escolhas da jovem, no entanto, por pouco não foram adiados por um ano.

Assim que perceberam o termo ‘ausente’ no lugar da nota do Enem, acharam se tratar de um problema temporário. Acontece que a palavra não saiu do sistema. Diante disso, o Ministério da Educação (MEC) foi acionado.

A mãe de Vitória, a professora Marleide Emerenciano, de 49, contou ter recebido um prazo para resposta até 15 de fevereiro. A situação, de acordo com ela, fez a filha passar mal. “Foi um ano difícil. Ela estudou o ano inteiro. A sessão é de impotência”, afirmou.

Marleide disse que não tinha como arcar com uma faculdade particular e nem esperar até dia 15 de fevereiro, pois a inscrição se encerrou na última segunda-feira (22).

A advogada Ariane Santos Barreto representou contra o Inep, que teve que responder em até 48h. Para o alívio de Vitória, o site foi atualizado. “Aliviada e feliz”, afirmou a mãe.

Erro no sistema

A advogada Ariane informou que representa outras três estudantes com os mesmos problemas de Vitória. Por coincidência, todas realizaram o Enem na Escola Estadual Prefeito Domingos de Souza, no Jardim Santa Maria, em Guarujá, e identificaram o erro no resultado do segundo dia de prova.

Assim como Vitória, elas acionaram o Inep por meio de uma representação judicial e conseguiram reparar a questão. “Seria um dano irreparável se não tivessem feito essa correção”, afirmou a advogada.

Ariane explicou que a situação pode ter causado dano psicológico às estudantes. Por este motivo, pretende processar os órgãos por dano moral de expectativa frustrada.

O que diz o Inep?

Em nota, o Inep informou que segue o protocolo de monitoramento da divulgação das notas do Enem e acompanha o trabalho realizado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), empresa contratada para operação da prova.

A instituição garante que disponibiliza os resultados de todos os participantes que realizaram as provas e não descumpriram as regras previstas do edital.

O g1 entrou em contato com o Ministério da Educação (MEC), mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.