A Defesa Civil concluiu a vistoria nos galpões atingidos pelo incêndio de grandes proporções que durou mais de 60 horas na Rua Aguiar de Andrade, no bairro Paquetá, em Santos. A prefeitura informou, nesta sexta-feira (23), que a estrutura do galpão da Rua Dr. Cochrane está comprometida e terá que ser demolida. A Polícia Federal (PF) também deve realizar uma perícia no local.
Depois que o Corpo de Bombeiros encerrou os trabalhos no local, a PF instaurou um inquérito e deu início às investigações para apurar o que causou o incêndio.
A corporação fez os levantamentos preliminares e preservou o local para o início da análise dos peritos. Já a Defesa Civil realiza as orientações de segurança aos proprietários. Segundo o órgão, o resto da estrutura ficou destruído e deverá ser demolido.
De acordo com a Defesa Civil, essa parte do galpão fica na altura do número 65 da Rua Dr. Cochrane. A empresa responsável pelo edifício, assim que a perícia liberar, entrará com profissional especializado para realizar o serviço.
Segundo a prefeitura, com a finalização dos trabalhos do Corpo de Bombeiros no armazém, foi reativado, no final da tarde de quinta-feira (22), o desvio implantado para execução das obras da segunda fase do VLT que ocorrem na Rua João Pessoa, entre a Rua Dr. Cochrane e a Avenida Conselheiro Nébias.
Mais de 60 horas de incêndio
O fogo atingiu galpões da Dínamo Inter Agrícola, localizados entre as ruas João Pessoa e General Câmara. Segundo a empresa, o incêndio começou por volta das 23h40 de domingo (18). Ninguém ficou ferido, mas as chamas destruíram produtos da Receita Federal, além de muito papel e arquivos.
Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que as viaturas regressaram às bases por volta das 18h30 de quarta-feira (21) após finalizarem o combate ao fogo e trabalho de rescaldo do incêndio.
Também em nota, a Autoridade Portuária de Santos (APS) afirmou que a Brigada de Incêndio da Guarda Portuária desmobilizou os recursos para combate ao incêndio, que atuou em apoio ao Corpo de Bombeiros. “A APS disponibilizou um caminhão autobomba com capacidade de 6 mil litros e oito brigadistas em revezamento”.
Investigação
Um inquérito policial foi instaurado pela PF, que já deu início às investigações para apurar as circunstâncias que causaram o incêndio. O trabalho de perícia será realizado por peritos criminais federais do Instituto Nacional de Criminalística.
Defesa Civil
Um foco de fogo começou no local na manhã de quinta-feira (22). No entanto, o coordenador de risco da Defesa Civil, Paulo Domingues, tranquilizou a população quanto ao caso.
De acordo com ele, o Corpo de Bombeiros havia alertado sobre a possibilidade de “um pequeno foco isolado” surgir, mas sem oferecer qualquer risco. Ainda de acordo com Domingues, a equipe dos bombeiros foi acionada para verificar a situação.
Entenda o caso
A Dínamo Inter Agrícola informou que o incêndio atingiu um dos armazéns de carga geral da empresa, que era usado para armazenar produtos apreendidos pela Receita Federal. Os bombeiros foram até o local depois que os sistemas de alarme dispararam.
“A Dínamo reitera que nenhum funcionário ficou ferido e que não houve vítimas. A empresa está colaborando integralmente com as autoridades para esclarecer os fatos e garantir a segurança de todos os seus colaboradores, clientes e comunidade”, disse, por meio de nota.
A empresa informou ainda que tem seguro da unidade armazenadora e que as medidas cabíveis junto aos órgãos competentes já estão sendo tomadas para investigar a causa do incêndio.
Sem auto de vistoria dos bombeiros
Os galpões atingidos pelo não possuíam o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). A informação foi confirmada pela própria corporação.
O AVCB é o documento que atesta que a edificação está de acordo com a legislação estadual de prevenção contra incêndio e pânico, além de garantir que medidas de segurança estão instaladas.
Caso a edificação não possua AVCB, e for submetida a uma fiscalização do Corpo de Bombeiros, o proprietário será advertido, e terá um prazo de 60 dias para se regularizar. Depois deste prazo, caso ocorra uma nova fiscalização, o local será multado. Em caso de incêndio ou pânico, essas medidas visam garantir a segurança dos ocupantes do local, evitando tragédias.
Em nota, sobre a falta do AVCB nos galpões atingidos, a Dínamo Inter Agrícola afirmou que está auxiliando os levantamentos realizados pelos órgãos envolvidos, seja em contato diário com as autoridades ou por meio de documentos que possuam os dados necessários para o esclarecimento do caso.
“Todas as cláusulas de guarda foram fielmente respeitadas e [a Dínamo Inter Agrícola] segue colaborando com as autoridades”, disse a empresa, por nota.
Produtos
De acordo com o capitão Paulo Sérgio, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, dentro dos armazéns, havia produtos da Receita Federal, além de muito papel e arquivos.
Invasões
Em nota, a Dínamo Inter Agrícola, expressa sua preocupação com a segurança de indivíduos que têm invadido suas instalações. Diante dessa situação recorrente, a empresa tem solicitado reforços das forças policiais, incluindo a Polícia Civil e a Guarda Civil Municipal (GCM).
Com temperaturas ainda elevadas e risco de desabamento das estruturas, o perigo para quem adentra o espaço sem autorização aumenta consideravelmente.
Além disso, existe também uma preocupação muito grande com a contaminação do local, o que dificultaria o trabalho da perícia.
A empresa permanece colaborando com as autoridades e vem adotando as medidas necessárias visando coibir tais invasões e garantir um ambiente seguro.