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Profissionais de Saúde denunciam aumento de casos de coronavírus entre servidores de Santos

Eles alegam que os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) não são suficientes e muitos possuem baixa qualidade, entre outras denúncias

Foto: Raimundo Rosa/PMS

Um grupo de servidores públicos da rede municipal de Saúde de Santos, sob a condição de sigilo, procurou a vereadora Telma de Souza (PT) para denunciar o aumento expressivo de profissionais infectados pelo novo coronavírus. Presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, Telma apresentou requerimento cobrando esclarecimentos da prefeitura de Santos.

Os servidores públicos revelaram que profissionais da Casa de Apoio e Solidariedade ao Paciente de Aids (Secasa), Centro de Saúde Martins Fontes, Policlínica Campo Grande, Hospital da Zona Noroeste, Seção, Hospital de Pequeno Porte (HPP), enfermeiros, técnicos e médicos do Consultório na Rua e da própria sede administrativa da Secretaria Municipal de Saúde contraíram o novo coronavírus.

Ocorreram, inclusive, mortes na Secasa e HPP, com suspeita de Covid-19, conforme informações dos servidores. 

Eles destacaram que todos os profissionais das policlínicas estão cumprindo 100% de sua carga horária in loco, sem um sistema de escala ou algum tipo de revezamento. Eles também afirmam que os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) não são suficientes e muitos possuem baixa qualidade.

De acordo com as denúncias, há casos de maiores de 60 anos trabalhando nas unidades de Saúde e algumas policlínicas não suspenderam o atendimento odontológico por conta do novo coronavírus. Os servidores ressaltam que o correto é manter somente o serviço de Odontologia para urgência e emergência nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

“Sabemos que os profissionais da Saúde estão mais expostos, mas se o número de casos vem aumentando significa que há algo errado nos cuidados com quem está na linha de frente. Estou cobrando explicações do Executivo a respeito de supostos casos de negligência”, declarou Telma.

Posicionamento da prefeitura

O Folha Santista questionou a prefeitura, que, em nota, respondeu às denúncias dos servidores. Sobre a carga horária e a forma de trabalho dos profissionais nas policlínicas, a prefeitura diz:

“A Secretaria de Saúde de Santos informa que a ordem de serviço n° 02/2020, publicada no Diário Oficial do dia 22 de março, estabelece que, devido ao estado de emergência no município (decreto 8.889/2020), os servidores da pasta não podem optar pelo regime de trabalho a distância (home office). Casos excepcionais devem ser solicitados à Secretaria de Saúde pelo e-mail segerh@santos.sp.gov.br. A medida está de acordo com as determinações previstas no decreto estadual 64.864, de 16 de março”.

Em relação aos EPIs: “A prefeitura de Santos ressalta que não há falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) e tem feito diversas compras emergenciais para o enfrentamento da doença de empresas fornecedoras do mercado. Apenas em março, foram adquiridos três milhões de materiais: luvas (tamanhos P, M e G), máscaras cirúrgicas descartáveis, máscaras N95, máscaras respirador facial, aventais descartáveis, aventais com barreira viral descartáveis, gorros descartáveis, óculos de proteção individual, sapatilhas descartáveis e máscaras de acetato para proteção individual. O município também tem recebido diversas doações de EPIs e materiais de higiene, sendo todos eles disponibilizados imediatamente aos profissionais e serviços de saúde da rede municipal”.

Para completar, a prefeitura responde à questão sobre os atendimentos odontológicos: “As consultas e procedimentos eletivos (agendados, não urgentes) foram suspensos na rede municipal, seguindo as recomendações da Resolução da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (SS – 28, de 17 de março). Nas unidades da Atenção Básica (policlínicas), estão mantidos apenas os atendimentos odontológicos urgentes”.

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