Foto: Marcello Casal Jr./EBC

A acabou a paz. Os nove prefeitos da Região Metropolitana da Baixada Santista ja mandaram um recado ao governo do estado de São Paulo. Não aceitam a manutenção das cidades na zona vermelha. Eles se consideram na zona laranja e não vão acatar restrições na abertura do comércio impostas pelo governador João Doria (PSDB).

Os prefeitos participaram com o governo estadual de uma videoconferência para discutir a determinação do Estado em ficar na fase vermelha. Na saída, a gritaria foi geral. O governo estadual ameaça com medidas judiciais caso suas determinações nao sejam obedecidas.

Paulo Alexandre Barbosa, presidente do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) e prefeito de Santos, disse que foram apresentados dados ao governo para a mudança para a fase laranja. “Demonstramos que a Baixada Santista está na fase laranja, com números. Não é achismo, são dados consolidados. O governo do Estado mostrou nossa região com uma seta, um viés, para a fase laranja. Nós enxergamos a Baixada na laranja. Nela que vamos ficar. Cada Município tem autonomia para decidir o que fazer”, disse.

Os prefeitos vão seguir o resultado apontado pelo sistema de monitoramento do (Condesb), já apresentado ao Governo do Estado, que comprova que as avaliações de taxas de capacidade hospitalar e avanço do contágio por coronavírus nos municípios enquadram a região na zona laranja do Plano São Paulo – etapa que dá autonomia às prefeituras para implementarem seus respectivos planos municipais de retomada gradual das atividades econômica

Entenda as fase:

Fase 1 – vermelha
Quarentena segue normal, com autorização de funcionamento apenas para serviços essenciais (mercados, farmácias, por exemplo), além de indústrias e construção civil. Veja quais os serviços permitidos.

Fase 2 – laranja
– Pode abrir, com restrições: comércio, shopping, escritórios, concessionárias e atividades imobiliárias;
– Demais serviços não essenciais: continuam fechados.

Fase 3 – amarela
– Reabertura total: atividades imobiliárias, escritórios, concessionárias;
– Pode abrir, com restrições: comércio, shopping, salão de beleza, bares e restaurantes

Divulgação/GESP

Acompanhamento das fases
As fases são determinadas pelo acompanhamento semanal da média da taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivas para pacientes contaminados pelo coronavírus e o número de novas internações no mesmo período. Uma região só poderá passar a uma reclassificação de etapa – com restrição menor ou maior – após 14 dias do faseamento inicial, mantendo os indicadores de saúde estáveis.

Em todos os 645 municípios, a indústria e a construção civil seguem funcionando normalmente. A interdição total de espaços públicos, teatros, cinemas e eventos que geram aglomerações (festas, shows e campeonatos, entre outros) permanece por tempo indeterminado. A retomada de aulas presenciais no setor de educação e o retorno da capacidade total das frotas de transportes seguem sem previsão.

Nenhuma das 17 regiões está na zona azul, que prevê a liberação de todas as atividades econômicas segundo protocolos sanitários definidos no Plano São Paulo. A zona verde, segunda mais ampla na escala, também não foi alcançada até o momento e permanece como meta de curto prazo para cada região.

Reunião com MP
Nesta quinta-feira (4), o prefeito de Santos irá se reunir com representantes do Ministério Público Estadual para traçar a implantação do Plano Municipal de Retomada das Atividades Econômicas. A Prefeitura também irá discutir e alinhar o plano com os representantes dos setores do comércio. Vale frisar que, por enquanto, continuam valendo todas as medidas restritivas decretadas no Município para o enfrentamento da pandemia da Covid-19.

Matéria atualizada às 23h02