Em entrevista ao Financial Times, o CEO do laboratório americano Moderna, Stephane Bancel, declarou que as vacinas existentes podem ser ineficazes contra a nova variante do coronavírus, Ômicron.
“Todos os cientistas com quem conversei… sentem que ‘isto não vai ser bom’”, revelou Bancel ao FT sobre a nova cepa.
O CEO do laboratório afirmou que neste momento os cientistas estão coletando dados da nova cepa para estudar a eficácia das vacinas. Porém, Bancel declarou que “os cientistas não estão otimistas”.
Uma das preocupações dos pesquisadores é o fato de que 32 das 50 mutações detectadas na variante Ômicron se encontram na proteína ‘spike’ (ou espícula), que é uma parte do vírus que as vacinas usam para fortalecer o sistema imunológico contra o coronavírus.
Dessa maneira, o CEO da Moderna declarou ao Financial Times que pode ocorrer uma “queda considerável” na eficácia das vacinas existentes contra a nova variante.
A Moderna e Pfizer estão neste momento trabalhando no desenvolvimento de uma vacina específica contra a Ômicron.
OMS alerta para risco “muito alto”
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta segunda-feira (29) que a variante Ômicron tem um risco elevado de se disseminar pelo mundo e trazer “consequências graves”, apesar de nenhuma morte provocada pela variante ter sido registrada até o momento.
“Dadas as mutações que poderiam conferir a capacidade de escapar de uma resposta imune e dar-lhe uma vantagem em termos de transmissibilidade, a probabilidade de que a Ômicron se propague pelo mundo é elevada”, afirma a OMS.
Segundo a OMS, a variante Ômicron do SARS-CoV-2 está se alastrando em nível global, apresentando risco “muito elevado”, em que os surtos de Covid-19 podem ter “consequências graves” em algumas regiões, apesar de não haver mortes registradas por conta da variante até o momento.
Desde que foi identificada a nova variante do coronavírus tem deixado em alerta infectologistas e governos ao redor do mundo, entre os motivos está o fato de que ela possui mais de 50 mutações e que, justamente por isso, pode colocar em risco a eficácia das vacinas existentes.