O general Paulo Sérgio Nogueira foi anunciado nesta quarta-feira (31) pelo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, como o novo comandante do Exército, no lugar de Edson Pujol. Uma entrevista concedida por ele no último domingo (28) teria irritado o presidente Jair Bolsonaro.
Paulo Sérgio é um dos quatro generais mais antigos da corporação e comandava o Departamento-Geral de Pessoal do Exército, responsável por temas de Saúde, antes de ser alçado ao comando da Armada.
Além do general, foram anunciados os novos comandantes da Marinha, o almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, e da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Baptista Júnior. Eles assumem os postos deixados vagos por Ilques Barbosa e Antônio Carlos Moretti Bermudez, respectivamente.
Os comandantes anteriores renunciaram na terça-feira (30), após o presidente demitir o então ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
O novo comandante do Exército deu uma entrevista no último domingo ao jornalista Renato Souza, do Correio Braziliense, que parece ter incomodado Bolsonaro, em razão da defesa de medidas restritivas para conter a Covid-19, mas isso pareceu não impedir a Armada de indicar o general.
Segunda onda
Paulo Sérgio disse que a segunda onda do coronavírus está preocupando mais e “está sendo pior que a primeira para o Brasil inteiro”. “A curva é muito mais ascendente. Aprendemos com a primeira, e, com certeza, se vier a terceira, a segunda terá nos dado lições. O esforço hoje do Exército para reduzir os números de contaminação é impressionante. Todo dia, nosso comandante, o general Leal Pujol, faz videoconferência conosco e recomenda para que a ponta da linha use máscara, álcool em gel, distanciamento. Não tem mais formatura militar. Quando vai fazer algum evento são 10, 20, no máximo. Agora mesmo, teve aniversário de uma companhia, e foi meia dúzia de gatos pingados”, declarou.
“Quando soubemos que França e Alemanha estão começando novo lockdown com esta terceira onda, imaginamos que, como ocorreu na segunda, que começa na Europa, dois meses depois se alastra por outros continentes. Temos de estar preparados no Brasil. Não podemos esmorecer. É trabalhar, melhorar a estrutura física dos nossos hospitais, ter mais leitos, recursos humanos para, se vier uma onda mais forte, a gente ter capacidade de reação”, disse ainda.
Com informações do Ministério da Defesa