Durante o pico da pandemia do coronavírus nos EUA, o Boston Medical Center teve quase dois terços de seus leitos ocupados com pessoas contaminadas. Na ocasião, chegaram a ser internados 229 pacientes ao mesmo tempo. Esta semana, de acordo com a contagem do hospital, não teve ninguém internado com a doença.
O condado de Marin da Califórnia anunciou na última terça-feira (15) que não havia pacientes com covid em hospitais locais pela primeira vez em mais de um ano. O mesmo ocorreu na unidade para a doença do centro médico em Chapel Hill, Carolina do Norte. As taxas de Nova Iorque caíram tanto que duas dúzias de condados relataram nenhum teste positivo nos dados do meio da semana.
De acordo com o site Bloomberg, ninguém no sistema de saúde americano está declarando vitória sobre o vírus. Mas com as taxas de vacinação nacionais ultrapassando a marca de 50% e os zeros proliferando, muitos estão começando a reduzir cautelosamente a marcha em algumas operações de saúde da covid.
“Viva!” disse a epidemiologista Cassandra Pierre, acrescentando que ela estava com um humor “implacável e incomumente alegre” depois de receber a notícia na quarta-feira. “Ao mesmo tempo, nem tudo é alegria, rosas e lançamento de balões. Tivemos um ano difícil e vai levar algum tempo para nos recuperarmos disso”, desabafou.
Este mês, o Hospital Yale-New Haven, em New Haven, Connecticut, fechou sua última UTI para tratamento intensivo da Covid. Eram 28 leitos no último andar do setor de câncer do Hospital, que abrigava muitos pacientes em estado de desespero. Uma pequena e sombria cerimônia marcou seu fim.
“Estamos avançando para outro capítulo”, disse Jonathan Siner, diretor médico da UTI. “A doença não foi embora. Mas a ideia de que vai sobrecarregar o hospital, que você vai ter que pegar grandes pedaços do hospital e reaproveitá-los totalmente, acho que esse capítulo está encerrado – pelo menos para nós e aqueles que têm sorte de praticar a medicina onde há vacina disponível e uma alta taxa de vacinação”, concluiu.
Queda nas chamadas
Caso semelhante ocorreu nesta quarta-feira, quando o Cambridge Health Alliance, em Massachusetts, fechou seu call center especial para coronavírus. No pico, sua equipe de 15 especialistas em vírus atendia mais de 1.000 ligações por dia de pessoas com perguntas urgentes sobre o vírus.
Com a queda do volume das chamadas, “finalmente decidimos puxar o gatilho e fazer com que essas chamadas voltassem para os nossos locais de atendimento primário”, disse a diretora médico ambulatorial da covid, Jessamyn Blau. “O vírus vai ficar conosco por muito tempo” e, portanto, uma ampla gama de funcionários precisa ser capaz de lidar com chamadas sobre ele.
“Isso não é realmente um fim”, disse ela. “É uma transição.”